Capítulo VI - Descontrole.

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CAPÍTULO VI — Descontrole

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CAPÍTULO VI — Descontrole.

"Para que falar se, no momento de descontrole, o silêncio expressa a melhor posição de um ser."

Emanuel Coelho Guedes.


Condado de Oxford, Inglaterra.

Município de Pinewood.

03/06 - Quarta-feira.

01:00 P.M.


Alevi não conseguiu esconder as pequenas olheiras, bem acima das sardas. Foi obrigado a sair pelo campus exibindo os resultados de uma noite mal dormida, e agora estava no mesmo pátio externo em que, no dia anterior, teve a intensa conversa com seus irmãos e Green. O local era repleto de árvores e mesas de pedra em que, naquele horário, estudantes do colégio interagiam calorosamente, após desfrutarem do almoço servido no refeitório. O dia seguia pálido, com um azul muito claro colorindo o céu sem nuvens. 

O momento com Thomas no pomar fora de fato um aconchego em meio ao caos, e aquele carinho entre eles definitivamente aquecia seus dias. Infelizmente, não bastou para ajudá-lo a encontrar uma forma concreta de acalmar seus pensamentos em relação a toda situação envolvendo Bullet. Muitas coisas perturbavam sua mente: a culpa por distrair seus entes queridos dos afazeres aos quais deveriam estar se dedicando, o receio de acabar se envolvendo em outra confusão, e a curiosidade. Uma curiosidade que coçava como urticária, incomodava como uma buzina barulhenta e distraía como um elefante cor-de-rosa. Inconscientemente, cada vez que deixava suas reflexões vagarem sem dono, acabava retornando ao mesmo questionamento:

Por que razão Kenai Bullet agia daquela forma?

Nenhum tipo de resposta lúcida surgia quando se fazia tal pergunta. O conhecimento sobre o rapaz ainda era muito pequeno para se formular algum tipo de conclusão, e provavelmente nunca seria mais do que isso, visto que sua maior preocupação era de que deveria se manter longe dele, para não causar mais problemas para aqueles com quem se importava.

Agora, Alevi sentava-se em uma das mesas de pedra, juntamente com seu melhor amigo, Thomas, que não deixou de ficar próximo a ele por nenhum momento após todo o ocorrido no dia anterior. Depois do jantar, o mais velho lhe acompanhou até seu dormitório, e na manhã seguinte o esperou no corredor em frente a sua porta para que caminhassem juntos até o café-da-manhã. Alevi apreciava sua presença, e muito, mas tanta proteção desencadeava um misto desagradável de prazer, por tê-lo por perto, e desconforto, por saber que ele provavelmente teria outras coisas para fazer se não tivesse que ficar em seu encalço.

Havia um terceira pessoa na mesa com a dupla: Tratava-se de Ivan Sidorov, um intercambista russo, que cursava o mesmo ano que Green no Instituto. Muito alto, sua pele era extremamente pálida, com cabelos e olhos escuros e sobrancelhas grossas, criando um contraste de cores belíssimo. O tronco largo complementava o físico parrudo, de braços e pernas grossos, e barriga grande salientada por debaixo do uniforme de verão do colégio. Muito bonito, Ivan sustentava um olhar sereno e semblante tranquilo.

High - Embriaguez Inerente.Onde histórias criam vida. Descubra agora