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Entro no quarto seguida de Louis e em momento algum consigo ter coragem de olhar em seu rosto, envergonhada o suficiente para passar a semana o evitando.

É quem saiba eu faça isso.

- Me desculpe por aquilo, é que não trago muitos garotos pra casa ai a vovó já ficou supondo e -Falo rápido, gesticulando a cada palavra e me embolando cada vez mais

Louis da risada, cortando minha fala e me fazendo parar de falar. Apenas com isso sinto meu rosto esquentar duas vezes mais.

Sorrio sem graça mesmo sabendo que ele não ira ver por eu estar de costas.

- Ela é divertida -Louis diz acompanhado de um risinho

Reviro meus olhos achando um absurdo seu comentário. Vovó ama me constranger isso sim. Caminho pelo quarto de repente me sentindo desconfortável com a presença do garoto, estamos sozinhos em um cômodo fechado. Uh.

- Não vai mesmo mais me olhar? -Louis questiona se aproximando

Viro com tudo e acabo acertando um porta lápis com as mão, derrubando o objeto lotado no chão. Solto um grunhido frustrado por estar sendo tão atrapalhada, alterno o olhar entre Louis e a baderna recém feita e o encontro sorrindo claramente se divertindo com a situação.

Filho da mãe.

- Eu ia eu só... Ahrg -Balbucio mais uma vez perdida nas palavras

Respiro fundo tentando recuperar o resto de dignidade que ainda me resta. Encaro Louis e sorrio timidamente. Meu olhar encontra com o dele e por míseros segundo tenho a impressão de que ele ficou vermelho.

- Eu só não estou acostumada com isso -Aponto para nós dois e o quarto- Ate dois dias atrás nós nem conversávamos agora você esta dentro do meu quarto

Louis sorri de canto e balança os ombros indiferente ao meu comentário. Suspiro pesado e me coloco a juntar os lápis e canetas, enquanto isso Partridge decide analisar o cômodo, com um interesse duvidoso. Posiciono o porta lápis longe da beirada não querendo ter que recolher novamente os materiais.

Encontro Louis perto do meu mural de fotos, todas tiradas pela minha Polaroid e acumuladas pelo passar dos anos. Peguei esse costume quando ganhei uma no meu aniversário de dez anos, desde então colava as fotos com as memorias mais importantes.

- Sua mãe? -Ele pergunta e aponta para uma em específico

Engulo seco e encaro minha tv desligada presa a parede, nem um pouco a fim de entrar nesse assunto.

- Não é ninguém -Digo ríspida- Agradeço por ter me trago aqui mas já pode ir

Não faço questão de olhar para o garoto e checar sua reação, apenas indico a porta com a cabeça e finjo ajeitar meu material sobre a escrivaninha. Escuto-o bufar e se aproximar rapidamente ate em fim parar ao meu lado... muito perto.

- Serio Meri? -Ele diz desacreditado- Não é porque perguntei aquilo que precisa me expulsar

- Não estou te expulsando -Minto o encarando

Ergo meu queixo para poder encontrar seus olhos e me arrependo assim que noto que realmente estamos muito perto, mas não recuo, mantenho minha postura tentando parecer o mais impassível possível. Louis parece perceber minha mentira e apenas ergue uma sobrancelha acabando ainda mais com a distância entre nós.

Permanecemos nesse duelo de olhares por um bom tempo. Encaro sua íris escura desafiadora e tento ao máximo não dar por vencida. Mas então ele avança mais um passo, me forçando ainda mais a erguer o rosto. Nossas bocas estão perigosamente próximas, e Louis sabe o que esta fazendo, já que o sorrisinho sacana não abandona seus lábios.

Querida America, ° Louis Partridge °Onde histórias criam vida. Descubra agora