Back Inside My Soul - Julie and the Phantoms (Continuação da 1° Temporada)

Capítulo 20

POV do Luke (primeira pessoa)

Hora: 10h27

Quando eu e os rapazes finalmente tivemos coragem de entrar no Clube do Caleb, fomos surpreendidos com o que encontramos, ou melhor, com o que não encontramos. Nenhuma música preenchia o ar com um clima de festa, não haviam pessoas bêbadas tropeçando nas escadas do prédio ou o cheiro de comida delicioso que geralmente se espalhava pelo local. Não havia sequer luz! 

Após andarmos de corredor em corredor atravessando as paredes e portas à procura de qualquer coisa ou ser, resolvemos ir para o lugar mais importante do prédio: o Grande Salão. Lá era o local em que as luxuosas apresentações de Caleb ocorriam, além de possuir a maior circulação de pessoas.

Ao chegarmos, percebemos que algo muito ruim havia acontecido. As mesas e as cadeiras revestidas a ouro estavam quebradas, o bar, que antes vivia cheio de bebidas e petiscos gourmet, estava repleto de taças de cristais quebradas e o chão estava coberto por restos de alimentos velhos e vinhos infiltrando na madeira.

- Nossa, o que será que aconteceu aqui? Até parece que ocorreu um ataque! - eu comentei e logo depois me arrependi pois Alex arregalou os olhos de medo. - U-um at-taque contra o Caleb, claro!

- Bom, nessas circunstâncias, eu não sei se eu fico feliz por não  encontrarmos o Willie aqui, já que ele pelo menos não participou disto, ou se fico triste porque, bem, não temos ideia de onde ele está! - disse Alex andando de um lado para o outro, com ele sempre faz quando está nervoso.

- Calma, ou você vai acabar cavando um buraco no chão! - eu disse em tom de brincadeira mas ele me encarou sério - Ok, não é uma boa hora para isso. - murmurei.

- Ei, caras, vocês acham que deve ter uma prisão de fantasma por aqui? Ou melhor, um calabouço? Tipo, seriam bons lugares para o Calebinho - eu e Alex nos estranhamos com o apelido mas relevamos - esconder um corpo. Bom, ele meio que não tem um corpo...a alma dele talvez? Se bem que poder--

- O quê? Será que ele tem uma espécie de calabouço? - Alex começou a andar mais rapidamente - Nós temos que encontrá-lo! Mas como vamos fazer isso? E se ele está mal? E se ele estiver sendo torturado? Ai, eu não posso deixar que isso aconteça. Eu...eu...- Alex para e se agacha colocando a mão nos joelhos, como se estivesse recuperando o fôlego - Ai, eu estou fi...can...do s-sem a-ar.

- Bom, pelo menos você não pode morrer de falta de ar - eu encarei o Reggie - Porque você já está morto, né? - disse positivamente. Eu me aproximei dele e dei um leve tapa em sua cabeça, para ver se ele se tocava de que aquela não era uma boa hora para isso. Ele me olha sem entender e eu reviro os olhos. O Reggie é um ótimo amigo, mas nossa, como ele é lerdo. Após isso, eu levanto o Alex e coloco a mão em seu ombro, como forma de conforto.

- Ei, cara, relaxa. Não existem calabouços/prisões para fantasmas! Isso é coisa de filmes. - eu me virei para Reggie e o metralhei com o olhar. - Enfim, a melhor coisa que podemos fazer é--

Eu parei de falar pois eu e os meninos começamos a escutar sons de passos se aproximando, que provavelmente deviam ser de Caleb, já que ele era o único fantasma que conhecíamos que conseguia fazer sons sem muita dificuldade. Rapidamente nos escondemos atrás do balcão do bar e levantamos as nossas cabeças o suficiente para pelo menos conseguirmos vê-lo. 

Os passos foram ficando mais altos, e mais altos. Até que vimos uma sombra. Uma sombra? Olhamos um para o outro sem entender: nenhum fantasma conseguia, ou melhor, podia ter uma sombra. Era impossível! O que um corpóreo estava fazendo lá?

O corpóreo subia em cima do palco de costas para nós. Ele subia degrau por degrau bem devagar. Quando ele finalmente chegou no topo, o que parecia ter demorado uma eternidade (já que eu e os meus amigos não parávamos de tremer de nervoso), ele bateu palmas e as luzes de todos os andares do prédio foram acendidas em um passe de mágica.