What I've Done - Extra

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Ele observava os homens jogando calmamente na segurança do apartamento, salvos da insanidade que existia do outro lado da porta. Eles pareciam tão calmos e seguros que as memórias voltaram a consumir sua mente, como feridas abertas que se negavam a cicatrizar, discrepantes do que ele via.

Ele não podia negar que estava cansado, como se as batalhas houvesse o escolhido como guerreiro contra suas causas. Ele nunca quis começar aquilo, agora ele percebia que por dentro ele estava confuso, como se tivesse em suas mãos um livro sem as últimas páginas.

Seu coração queria apenas ficar seguro.

Ele não queria começar aquilo outra vez.

Como uma criança assustada ele escolheu se esconder da insanidade do mundo, das criaturas assustadoras e perigosas que caminhavam pelas ruas com simplicidade e naturalidade.

Ele havia aprendido que o homem era a criatura a ser temida.

Então, por que ele não temia aquele homem?

Quando ele olhava para ele se questionava se valia a pena lutar, e sentia a sua ira se aplacando aos poucos conforme sentia neles segurança, confiança e tranquilidade.

Ele via neles uma chance de cura, uma lufada de ar que lhe trouxe vida e a mesma segurança que a porta trancada do seu quarto de infância trazia para ele. De certa forma ter alguém que o entendesse fazia doer menos.

Ele sabia que não havia álibi ou perdão para ele, mesmo que houvesse verdade nas mil mentiras contadas não haveria perdão.

Mesmo assim, aquela cena corriqueira e o sentimento inquieto estavam abrindo caminho para a compaixão chegar e limpar as sujeiras do mais fundo da sua alma. Se ele pudesse ter um pouco mais de tempo, tempo era tudo o que ele queria pois ele sabia que mais cedo ou mais tarde viria o ajuste de contas e ele precisaria eliminar o que tinha se tornado.

Ele só queria um pouco mais de tempo.

If  you'll be my babeOnde histórias criam vida. Descubra agora