Heavy

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Até o momento esse é o capítulo mais 'tenso', acho que não vou escrever nada mais tão pesado como este.

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Ele estava cansado, ele teve o trabalho de reunir fotos e artigos sobre a carreira de assédio daquele homem, fotos das vítimas que tiveram suas vidas destruídas pelas mãos dele, e mesmo assim ela permanecia convicta que ele a amava.

Ele segurou o cabelo comprido do moreno, ergueu o corpo atlético para a idade, a faca personalizada firme contra o pênis do homem em pânico. Aquilo a faria abrir os olhos, se não fizesse...

-Vou lhe dar uma chance, Madara. A escolha é tua. Devo matar a garota com quem vive ou devo lhe castrar? O que tu amas mais, o prazer ou a jovem?

A garota de cabelos rosa amarrada à cadeira não controlava o choro, e mesmo silenciosas, as lágrimas macularam a beleza dos olhos verdes. Madara se contorcia tentando se soltar, porém ele parou assim que sentiu o corte se iniciar na sua virilha. Sua escolha foi gritada em meio a dor.

-A garota! Mate a garota! Por favor.

Sakura olhou incrédula para o homem, a dor da traição visível em seu belo rosto.

-Me perdoe minha flor, não poderei viver sem poder sentir o seu calor, prefiro lhe perder a passar o resto de minha vida sem poder sentir seu doce interior.

O homem com a faca riu histérico, como ele conseguia romantizar a sua escolha egoísta? Foi com grande deleite que ele cortou o membro dele, lentamente se agraciando com os gritos desesperados dele e da garota.

-Admite que ele lhe usou Sakura? Foste apenas mais uma da suas vítimas.

-Não! Você está errado! Ele me ama, ele me ama, ele me ama.

A garota repetia as três palavras que mantinham sua sanidade intacta, mas já estava cansado, não tinha mais paciência para tanta ilusão. Ele sabia que Madara morreria em pouco tempo com a perda de sangue, o corte em sua virilha e os outros que se seguiram.

Checou o relógio, deixaria a garota chorar e implorar, era a hora de conversar com a única pessoa que poderia o entender.


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Eu estava sozinho no meu quarto de hotel com as portas trancadas já que não queria os meus colegas entrarem sem bater e me vissem assistindo o podcast de Naruto. Desde o encontro no mercado na segunda, não consegui esquecer os olhos intensos e um pouco enevoados e a textura sedosa da pele do seu rosto mesmo com as cicatrizes.

Naquela noite de sexta Naruto estava usando uma camiseta branca por cima de uma preta, pulseiras brancas verdes e vermelhas no pulso direito e dois colares com pingentes. Eu não lembrava a sua idade, mas ele parecia cada vez mais novo. Seu sotaque atraente explicava sobre o livro Minha Sombria Vanessa, me encantando e atraindo a cada palavra.

"-Esta semana contemplaremos um livro doloroso, todavia necessário. Se tu és uma pessoa sensível, poderá vir a ter náuseas e tristeza ao acompanhar a reflexão e a análise sobre o tema abuso, pedofilia, relações tóxicas e manipulação. Creio que o livro se torna impossível de largar com o avanço da leitura, as palavras se tornam íntimas e assustadoras. Depois de chegar ao fim da leitura me perguntei até onde nossa mente pode nos enganar e nos levar a crer que um trauma na realidade era uma história bonita. Temos uma ligação. Boa noite.

-Boa noite Naruto.

Itachi franziu o cenho junto com o loiro, aquela voz não era natural, e embora o tom fosse mais feminino, havia vibrações já ouvidas que fizeram o moreno ficar mais atento.

If  you'll be my babeOnde histórias criam vida. Descubra agora