Capítulo 04

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Oi oi meus amores, a autora tá boazinha né? Um capítulo por dia. Vou me esforçar pra permanecer assim.

Devo dizer que tô amando os comentários e os surtos de vocês e sei quem tem muitas dúvidas passando pela cabecinha de vocês. Mas fiquem tranquilos que de pouco e pouco, tudo vai se esclarecendo.

No capítulo de hoje, vocês vão entender um pouquinho o lado da Carol. Por isso, vamos ao capítulo. Boa leitura bb's.

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Point of view Caroline

Incerteza, dúvida e insegurança, eram apenas alguns dos sentimentos que habitavam cada poro do meu ser. Faltavam apenas duas semana para o meu casamento e eu não tinha 100% de certeza se era exatamente o que eu queria. Entretanto, aparentava ser o certo a se fazer.

Conheci meu noivo no último período da faculdade. Pelo que eu sabia, o mesmo estava cursando direito. Eu sempre o via passar pelos corredores e ele sempre me encarava com um sorriso no rosto. Um dia eu estava na biblioteca procurando um livro e ele me indicou alguns, começou a puxar conversa comigo e logo desenvolvemos uma amizade. Tínhamos gostos parecidos para a literatura e conversávamos bastante sobre isso.

Algum tempo depois, ele confessou estar apaixonado por mim e me pediu em namoro. Fiquei surpresa diante da confissão, mas como ele me fazia bem, eu acabei aceitando.

Meus pais amaram a ideia, principalmente quando souberam de quem ele era filho. Todos os dias me diziam que eu não encontraria outro melhor do que ele e que era o homem certo pra mim.

Namoramos por alguns anos e então ele resolveu me pedir em casamento. Foi algo bastante inesperado e uma verdadeira surpresa, tendo em vista que Kaio planejou um jantar com os meus pais, sem me contar, e fez o pedido no mesmo dia. Eu não tive muito o que fazer e nem sabia como recusar, visto que o pai no meu, até então namorado, também estava presente no jantar. Então resolvi aceitar, o que deixou dona Rose e seu Isaías bastante contentes, já que doutor Humberto disser que viraria patrocinador das lojas de construção do meu pai, logo após o casamento.

Porém, esse é o momento em que eu confesso que meu coração não pertence ao meu noivo, apesar de gostar muito dele. A verdadeira dona é a morena que saiu a poucos minutos do meu quarto e deixou o cheiro dela impreguinado na minha blusa.

E essa é a hora em que, qualquer pessoa que soubesse desse fato, me perguntaria porque de estar me casando com alguém que não amo. Ou ainda, porque de não ter me declarando pra minha melhor amiga quando percebi estar apaixonada por ela.

Bom, a história é bem mais complicada do que realmente parece. Eu percebi meus sentimentos por Dayane aos 16 anos de idade. Na época, eu estava terminando o ensino médio e ela entrando na faculdade; eu era apenas uma adolescente que não sabia nada sobre a vida e ainda estava me alto-conhecendo.
Sempre achei que era uma pessoa difícil por não conseguir me apaixonar por ninguém, ou tratar os caras com quem me reacionava de forma fria.

Entretanto, quando notei que estava apaixonada por ela, percebi que o problema era o fato de eu não gostar de homens. Esse fato me assustou em um nível absurdo e tudo o que eu fiz, foi tentar ignorar o que eu sentia, pelo simples fato de não conseguir aceitar.

Creio que muitas adolescente já passaram pela fase de não conseguir se aceitar e comigo não foi diferente. Sufoquei tudo aquilo que eu sentia e nunca revelei pra ninguém. Meu problema não era tanto com minha família, apesar de ter certeza que meus pais jamais aceitariam, não era meus amigos e nem o medo de ser julgada pela sociedade. Meu problema era comigo mesma e o fato de que eu não aceitava, em hipótese alguma, estar apaixonada por uma menina.

O tempo foi passando, eu fui amadurecendo e mudando alguns pensamentos. Quando finalmente me dei conta de quem não dava mais pra negar quem eu era e o que eu sentia pela Day, o medo da rejeição e de perder a amizade dela tomou conta de mim. E, mais uma vez, minha covardia falou mais alto. Então eu aceitei o fato de ser apenas amiga dela, isso com certeza era melhor do que nada.

E então o Kaio apareceu e só contribuiu para que a minha relação com a Day não passasse de amizade. Mas a verdade é que eu não poderia casar sem que ela soubesse o que eu sinto. Por isso, deixei uma pequena confissão no verso do convite dela; Tive medo dela abri-lo em minha frente e ter um reação negativa. Por isso, fiquei mais aliviada quando ela disse que o abriria em casa.

***

Ontem a noite, Kaio me convidou para tomarmos café da manhã juntos e me levou a uma cafeteria no centro de São Paulo. Aproveitamos o momento para entregar alguns convites aos familiares dele e voltamos para casa depois.

Para minha surpresa, a dona do meu coração e da maior parte dos meus pensamentos, estava sentada na minha sala de estar, me encarando com aqueles lindos olhos castanhos e um pequeno sorriso brincando nos lábios.

Creio que nem preciso dizer que milhões de borboletas voaram no meu estômago e o famoso nervosismo tomou conta de mim. Era sempre assim quando eu à via. Dayane despertou em mim, sentimentos que eu jamais pensei que fosse capaz de sentir. Eu amava o jeito dela, a cor dos olhos, a cor do cabelo e, principalmente o sorriso. Quando ela sorria pra mim, era como se o mundo parasse de girar apenas para assistir aquela imagem. Talvez o mundo em si não parace, porém, o meu parava.

Naquele dia, ela passou o dia comigo, me ajudando com os últimos preparativos. E eu nem preciso dizer o quanto eu fiquei feliz de tê-la ao meu lado durante um dia inteiro.
Por um momento, me peguei imaginando uma realidade diferente, onde ela era a minha noiva, pensei em como seria se o casamento que estávamos planejando fosse o nosso, me perguntei se daríamos o bom casal e se seríamos felizes juntas.

Porém, tratei de repreender esses pensamentos, pois parecia algo absurdo demais. Sem contar que minha realidade era outra e não seria justo com meu noivo que, aparentemente, era apaixonado por mim.

Apesar de tudo isso, eu torço internamente para que Day veja o meu recado e saiba que o meu coração sempre pertenceu a ela e jamais será de outro. Ainda que seja meio impossível ficarmos juntas, eu preciso que ela saiba.

As vezes me dói pensar que talvez, e só talvez, Dayane e eu poderíamos estar juntas e felizes. Mas eu nem sequer tenho certeza de que ela sente algo por mim, então não vale muito a pena arriscar.

Meu futuro já foi planejado, mais pelos meus pais do que por mim. O casamento já está muito perto de acontecer, então é tarde demais pra voltar atrás ou querer mudar alguma coisa. A realidade é somente uma: Dayane e eu seremos apenas amigas, até onde o destino nos permitir. Por mais que isso quebre meu coração em um milhão de pedaços, eu não tenho outra saída, a não ser aceitar.

***

Depois de um bom tempo refletindo sobre a minha vida, tomo um banho demorado, janto com os meus pais, assisto um filme na Netflix e vou dormir.

A data se aproxima cada dia mais e ainda tenho algumas coisas pra decidir. Eu só espero que esteja fazendo a coisa certa e não me arrependa futuramente dessa decisão.

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Eu espero que tenha ficado claro pra vocês o lado da Carolzinha. Sei que nesse comecinho tá sendo um pouco sofrido, mas eu prometo a vocês que vou compensar.

Não esqueçam de votar de deixar os comentários de vocês, eu amo ler todos eles.

É isso meus amores, até o próximo. Eu não vou demorar.

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