|| Capítulo 5

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Josh ligou para o escritório. Logo Any atendeu de imediato, deixando um pouco de emoção em sua voz ao saber que era o alfa, este suspirou sem dizer nada sobre isso. Ele estava na cozinha falando ao telefone, após anunciar que iria tirar folga naquele dia e deixando as instruções necessárias para o resto do dia. Havia algo nele que o impedia de partir naquele momento, ele não podia deixar o ômega sozinho, sentiu a necessidade de acompanhá-lo.

Sentiu o cheiro de desolação emanando deste, várias vezes. Mas ele não disse absolutamente nada. Depois que propôs ao ômega ficar pelo menos naquele dia frio, ele não disse absolutamente nada e apenas baixou o olhar e aceitou com tristeza. Josh podia sentir isso nele. Seu alfa interior pedia para acalmar o ômega, para tranquiliza-lo, mas ele se conteve. Ele só se dedicou a dar espaço ao menino, e deixá-lo falar quando achasse necessário, com certeza o faria. Até então, ele não iria pressioná-lo. Noah se sentia um pouco desconfortável mas porque o alfa fez ou disse algo para ele ficar assim, mas porque ele sentiu que estava usurpando uma casa que não era dele, e isso o deixava nervoso. Pensar em seu bebê e nele na rua o deixava nervoso, sabendo que também não tinha para onde ir. Ele havia perdido tudo, o pouco que conquistou naquela época foi tirado dele por Kyle. O pouco que ele economizou também, todo o esforço de seu corpo foi desperdiçado. O alfa o usou e jogou fora como se não valesse absolutamente nada.

E ele se sentia assim às vezes.

Ele não poderia voltar a trabalhar no bordel também, ele havia sido despedido assim como Hanagami disse que faria se ele não começasse a ganhar mais dinheiro. Os alfas não o escolheram mais e ficou cada vez mais difícil atingir a cota exigida pelo alfa. Kyle não sabia que Noah estava grávido. Ele nem percebeu por que o cheiro de ômega mudou, e agora seus clientes estavam escolhendo ômegas mais jovens, com um cheiro mais doce e suave que o seu. No mês passado ele tinha apenas betas, a taxa era menor e geralmente não deixavam gorjetas.

O que mais temia aconteceu. Ele havia caído na categoria de ômegas obsoletos por estar grávido, mas Urrea não se importou. De qualquer forma, ele estava com medo de que Kyle aparecesse novamente. O alfa agiu impulsivamente e mesmo que naquele dia tivesse dito tantas coisas horríveis e o deixado no meio daquele lugar, Noah acreditava que ele voltaria. Ele nunca desistia tão facilmente e mais se ainda pudesse obter algum lucro do corpo do menor. Noah se acostumou com isso, no começo doeu e teve dificuldade em aceitar que esse era o seu destino só porque ele era um ômega. Apenas por se apresentar um ômega, seu pai se livrou dele como um obstáculo.

A voz do alfa o tirou de seus próprios pensamentos. Ele olhou para as profundezas daqueles azuis, profundos como o próprio mar e cristalinos como os mais calmos. Ela tinha um pequeno sorriso nos lábios finos e corou ao perceber que estava olhando por mais tempo do que deveria.

Noah: Desculpe, eu não ouvi você - Sussurrou tristemente, evitando o olhar forte do alfa. Ele engoliu em seco e instintivamente cobriu sua barriga ainda lisa.

Ele tinha apenas dois meses e meio, ou assim acreditava porque ainda não tinha ido ao médico.

Josh: Eu perguntei se você gosta de pizza - Repetiu percebendo o olhar do ômega. Ele procurou seus lindos olhos verdes, mas não conseguiu encontrá-los. Ele coçou o queixo, esperando a resposta do menino.

Noah era todo tímido. Muito diferente do garoto que ele conheceu no bordel. Ele se perguntou qual era o verdadeiro Noah.

Noah: Sim, é minha comida favorita - Murmurou e fixou seus lindos olhos fazendo Josh sorrir.

Josh: Ótimo, então vou pedir a eles que nos tragam. Não temos que sair por aí, ok? - Noah acenou com a cabeça, também sentindo algo em seu estômago pelo sorriso caloroso do alfa.

𝐁𝐮𝐫𝐝𝐞𝐥 ° 𝐍𝐨𝐬𝐡 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora