Até sermos um.

Alucinações

O dia amanheceu tranquilo, a chuva de verão levou o mormaço para longe, a leveza do ar soprava doce entre as ruas da Aldeia da Folha. Sakura saiu de seu apartamento um pouco antes do sol nascer, o vento ainda gélido a fez arrepiar e correr até o hospital no qual havia sido chamada de última hora para um atendimento de emergência. Ao adentrar o hospital foi caminhada para ala privada, onde os pacientes tratados ir tinham códigos ao invés de nomes e toda ficha médica era confidencial. Essa ala tratava de membros da ANBU, e os casos mais graves vinham sempre para as mãos de Konoha e para que não houvesse favoritismos ele criaram esse sistema de atendimento e quem prestava esse serviços eram designados pelos cinco Kages, então a rosada que tinha seus feitos conhecidos entre as grandes nações foi um dos primeiros nomes apontados para esse serviço.

Era época de paz, mas surgiu entre os surbubios, um sistema de lavagem de dinheiro por meio de medicamentos alucinógenos causando dependência em civis, o primeiros casos aconteceu em na Aldeia dos Lagos, e depois de muita investigação descobriram que esses medicamentos estavam vindo de um lugar de fora. O esquadrão mandado para essa investigação estavam agora internados na área secreta e sob fortes efeitos colaterais dos alucinógenos e nada tinham descoberto da composição. As pílulas causavam dependência e estavam em alta nas áreas subdesenvolvidas e jovens desprezados por suas aldeias, pessoas desvalorizadas. A abstinência causada oscilações graves de chakras com efeito colateral mais grave, impedindo ninjas experientes a usar seus pontos fortes, os ninjas infiltrados foram descobertos, e então envenenados.

Sakura estava preocupada com aqueles pacientes Tsunade não tinha achado nenhum antídoto que agisse contra:

- Nosso tempo esta se esgotando, sinto que vamos perde-lôs. Já li todos pergaminhos, mas nada que eu já tenho visto em minha experiência médica. - falou a loira sentada sobre a poltrona com a mãos servindo de encosto para sua mente cansada.

Haruno permanecia observando toda aquela situação, também ficou com a cara enfiada nos estudos sem sucesso nenhum a não ser:

-Recebi esse pergaminho a uma semana atrás, plantei ela no canteiro de casa. Você conhece?

-Flor da noite?

-Nunca vi essa flor pelo tempo que andei com a senhora Tsunade. - falou Shizune.

Haruno deixou o pergaminho com as mais velhas e saiu correndo até seu apartamento, ela foi até o canteiro que havia plantado. A flor ainda estava em seu primeiro estágio de desabrochar, suas pétalas ainda pequenas mas mesmo assim ela colheu uma das flores e levou para o laboratório.Ela amassou a flor e a mistura gerou uma mistura oleosa, aquilo não seria suficiente. Ela pegou umas das coletas de sangue e misturou a uma gota do óleo e percebeu como aquele xarope estimulava os antecorpos e combatiam o veneno. Apressou-se em levar o resultado para sua Sensei, que aliviada, decidiu fazer um genérico daquele óleo pois a flor não produziria o suficiente. Elas trabalharam até que todos fossem medicados e depois de 3H de observação a leve melhora foram descobrir da onde veio aquela flor.

Antes de chegar a sala do Hokage ela viu a menina e não resistiu:

-Ayame? Veio trazer lamém para Kakashi de novo?

-Lamém? - ela retrucou e como por um momento voltou a si - Ah, sim Lamem! Duas porções grandes no capricho para Hokage-sama.

-Então... tá! - ela sentiu a desculpa escarrada vinda da moça.

A rosada entrou na sala, e viu Kakashi observando a vila pela janela, e apesar da urgência do assunto não resistiu a provocação:

-Devia convida-la para ir ao baile!

-O que? De que está falando Sakura!

-Ayame!

-De novo esse assunto?

-Só uma sugestão! - tentou parecer despretensiosa. - deveria sair dos livros um pouco e se envolver com a realidade. Olha sensei com todo respeito, mas você é bonito demais, já ouvi muitas mulheres  insinuarem a vontade de ficarem com você. Se alguma alcançar seu coração, se permita.

-Minha aluna,e dando conselhos amorosos? Creio que não foi pra isso que veio.

-Não, não foi.

Ela rapidamente passou todas informações necessárias sobre todo que estava acontecendo na ala restrita. Falou sobre a planta da correpondência anônima que recebeu e o platinado mais que rapidamente encaminhou o pergaminho para a equipe de Konohamaru afim que trazerem mais flores da noite. Sakura acompanhou todos os trâmites e sentindo mais aliviada ao ver tudo encaminhado, estava saindo do QG de seu sensei:

-Não imaginei que Sasuke escreveria pra você.

-Sasuke me escrever?

-Você nem suspeitou que poderia ser ele?
Parece que ele te deixou sem expectativas de novo.

-Eu voltarei! - foram as últimas coisas que ele ouviu dele. No outro dia quando foi se despedir e foi tomada pelo impulso de pedir pra ir com ele,em um toque inusitado ele disse :

-Fica pra próxima.

O sabor dos lábios intensos dele uma lembrança que ela não conseguia apagar, apesar da frieza característica do clã o toque dos lábios eram aversos a isso. Eram quentes, intensos, audaciosos. Ao retornar a essa lembrança uma leve bambeza a tomou quando a voz do platinado a fez voltar ...

-Sasuke está sendo perseguido. Orientamos ele a não permanecer em um mesmo lugar muito tempo. Mas devo dizer que ele tem todos os selos para entrar em Kohona despreocupado.

-Por que está me falando isso!

-Acho que fui claro o suficiente!

- Oi feiosa! - disse Sai. - Rokudaime o que precisa.

-Preciso que dentro de uma hora pegue a equipe Ebisu, eles estão indo para a aldeia ...

Ela saiu da sala no meio das instruções que o mais velho passava para o Sai, martelando na mente os motivos que levaram a reencarnação de Indra escrever. Ela sentia que mexia com os sentimentos dele, só não sabia a profundidade. Passando no sala ela pegou o pergaminho e o analisou detalhadamente observando a grafia
melindrosa do moreno mais popular da academia, tantas garotas o desejavam
será que ela tinha conseguido o coração dele? Ela foi até Naruto para não alimentar suas alucinações e quando recebeu do loiro a negativa, que ele não tinha enviado nada Haruno rumou a casa de sua amiga para poder extrair toda aquela confusão mental que se encontrava.

-Você beijou o Sasuke e não me contou?

-Estou contando agora. Mas fazem quase 5 meses isso. Porque só agora?

-Só preciso desabafar!

-Ué, vai dizer que ele não é tudo que imaginávamos?

-Não é isso Porca! - bravejou. - Na verdade foi sensacional. - disse doce.
O caso é que não sei o que somos. Isso me enlouquecendo!

-Desculpa mas não posso te ajudar nessa, eu nada sei dele. Se você não consegue decifrar ninguém mais pode. Você não é mais aquela cadelinha que corria atrás dele, você é uma ninja incrível. Se valorize. Talvez a carta seja pra você saber que ele está bem.

Dando os ombros em sinal de conversa encerrada, ela partiu da floricultura das Yamanaka. Chegando em casa um outro rolo de pergaminho contendo mais dois tipos de flor, e a descrição de um solo que acelerava o processo de amadurecimento botânico. Era a mesma letra e nesse parecia que até o perfume havia impregnado no pedaço de papel.