Equívocos equivalentes

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O sol brilhava tão doce, que quando Sasuke abriu os olhos percebeu que havia muito tempo que não era atormentado no meio da noite, a maioria de seus sonhos eram tão assombrosos quanto o passado que lhe perseguia. Porém estar naquele lugar, aquela calmaria, te deu paz,ele sabia que merecia ser desmerecido, todavia reconhecer os erros não apagam a mágoa de dedos sendo apontados tocando as feridas que se luta diariamente pra fechar:

- Sasuke-sama? Já está acordado? - a voz doce de Sarada o fazia sorrir sempre, ele não sabia se era pelo jeito ousado da garota ou a pureza transmitida por aquele som fino e escandaloso revelando o quão saudável era a infância da pequena.

-Hai. - ele respondeu direto. Ela entrou sem ao menos ser convidada com um olhar cheio de perguntas descabidas e curiosidades incansáveis, e enquanto o moreno olhava a menina, se perguntava o que perguntas ele teria que enfrentar já tão cedo. Depois de estar em pé um cheiro invadiu o cheiro o visitante da casa Tanaka, fazendo o mesmo inspirar com tanta vontade fazendo ele salivar imaginando o sabor daquela comida caseira.

-Vamos Sasuke-san! Mamãe está nos esperando e o papai também. Ela o pegou por seu único braço e o arrastou pelo corredor da casa a caminho da cozinha, enquanto o arrastava a mente da menina cheia de caraminholas falou sem êxitar:

-Como perdeu seu braço? Estarrecido pela pergunta, pois não queria que a verdade afetasse o olhar puro que aquela pequena tinha sobre ele, a verdade era tão idiota. "Perdi o braço por ser um grande idiota e de bônus fiz meu melhor amigo perder o dele também" as palavras afinetavam-lhe a mente uma por uma concluindo por pouco que ele era o baka, de fato. Tentando esquivar-se daquela sinuca de bico com pitadas de drama o Uchiha abriu a boca e antes que pudesse falar a garotinha dos cabelos cor mel, parou na porta que dava entrada para a cozinha bateu a pequena mão na testa em gesto de " que burrice" e respondeu:

-Deve ter sido na guerra né! - aquilo não era totalmente verdade nem tão mentira, era uma resposta na medida apropriada para que o último sobrevivente continuasse gozando de certa admiração da menina. Quando olhou a mesa tinha uma presença diferente, uma versão maior de Sarada alterando apenas a cor dos olhos que da pequena eram cor carvalho envelhecido e o da mais velha tão claros azuis como um céu limpo. Sayuri era a primogênita do casal, e havia chegado a pouco tempo de uma aldeia especialista em sementes e plantas ao sentir a presença invadindo a cozinha sua cabeça se levantou fixando os olhos na beleza exótica de Sasuke Uchiha, mas permaneceu séria e indiferente.

-Niisama, olha foi dele que te falei. - a pequena falava com uma animação contagiante no qual era impossível não se sentir tocado por toda aquela alegria.

-Uchiha? - ela falou melodiosa. Ele que agora estava posicionada entre a família, concordou com a informação sem voltar com pergunta alguma.

-Minha irmã que é especialista em plantas e flores. Talvez ela possa te ajudar a escrever mais... a propósito você não me disse pra quem era aquele pergaminho! - cruzou os braços fazendo pirraça pelo fato não revelado. Sentindo uma certa curiosidade mover seus lábios, ele viu o patriarca se levantar da mesa indo começar sua colheita e sem ao menos êxitar o moreno o acompanhou.

-Não precisa me acompanhar!

-É uma honra. - aquela manhã foi tão calma, que Sasuke pôde admirar toda aquela vila e o trabalho concomitante entre seus moradores, quando avistou um pássaro de papel riscando entre as nuvens que estavam começando a ganhar mais densidade. Quando Sai posou a porta da aldeia, Uchiha já sabia que o ilustre desenhista trazia algo para ele. Caminhou em direção ao garoto que carregava em seus olhos níveis de observação criteriosos sob aquele novo solo que tinha pousado. Antes que Sasuke pudesse abrir o pergaminho Sai se pois a falar:

-O festival dos fogos está chegando e Ino dara uma festa de gala na aldeia, para pouca pessoas. Ela pediu que eu avisasse. Aqui nesse convite está todas as informações.

-Hai! - ele concordou meio baralhado com aquele convite um tanto quanto inusitado. Guardou o segundo rolo entre as vestes sem cuidado nenhum e abriu o primeiro, enquanto seus olhos ligeiros corriam pelo papel, Sai partiu. Kakashi não economizou em detalhes, pois passou ao seu pupilo todas as chaves de segurança que permitiam a entrada em Kohona, no entanto Sasuke sabia que não era viável voltar para lá, todas as informações trouxeram ao moreno o peso que por um curto período ele havia se despido. Sem pudor, sentiu toda a complexidade que sua vida era e resolveu partir de imediato, caminhou até a casa dos anfitriões quando passou pela varanda escutou:

-O que um ex-nukkenin faz aqui? - de soslaio ele viu que Sayuri estava sentada na porta, aguardando a resposta enquanto olhava para o horizonte.

-Vim a mando de Konoha, e já estou de partida. - ao posionar a mão sobre a porta de correr ele percebeu que a moça se levantou e foi ate sua direção parando bem atrás causando um certo desconforto no homem que tinha certos receios com a proximidade humana. Mas ao invés de falar a primogênita da casa deu a Sasuke o pergaminho menor que provavelmente tinha caído de suas vestes. Pegando o rolo ele entrou, sem perceber o olhar malicioso tomado pela mais velha, que em um rápido momento conseguiu ler todas as informações do pergaminho enquanto sua mente planejava VINGANÇA.

-Quem fez isso em você?

-Uu -chi haa- a voz mórbida saia pela boca de um menino que se encontrava ensanguentado num beco. Sayuri tinha combinado de encontrar ele para entregar os medicamentos que ele havia pedido. Ela viu os olhos de seu grande amor perderem o brilho, e seu coração tornando se nebuloso desejando encontar Uchiha. Ela não sabia muito sobre ele,mas começou a visitar as vilas vizinhas em busca de informação, e também pode treinar golpes básicos. Mas quanto mais sabia sobre ele, mas compreendia que teria que se vingar de outra forma e o que ela mais dominava eram venenos indetectáveis.

Seu coração havia se conformado ao saber que o assassino tinha sido preso, mas quando sua irmã lhe contou sobre o forasteiro a moça sentiu o amagor dominar toda a alma.

O presentimento estranho que o garoto tinha sobre a irmã de Sarada não saia da mente, como irmãs lhe causavam sensações distintas,foi então ele abriu o pergaminho menor que detalhadamente falava o dia e a hora do baile de máscara, e mesmo com os acontecimentos recentes, eles tinham pensado numa estratégia para garantir que a presença dele passasse despercebido. O plano era simples mas brilhante partida da cabeça de ninguém menos do que de Shikamaru Nara.

Até sermos um.Onde histórias criam vida. Descubra agora