Capítulo 15

160 12 5
                                    

— Anda, responde! Tá fazendo o que no meu banheiro? Na minha casa?

Começo a ficar um pouco trêmulo por causa de seu tom de voz grosseiro , aperto minha toalha na cintura pra ele não perceber meu nervosismo.

— O... M-Martin não te c-contou?

— Contou o que, hã?

— Eu posso explicar mas por favor me deixa colocar uma roupa.

— Por que? Tá com medinho de mim viado? Hein?

Ele se aproxima de mim e sorri, seus olhos expressam raiva e eu dou um passo pra trás e acabo tropeçando e caindo de bunda no chão do banheiro, minha toalha se desenrola e meu pau acaba ficando exposto e então ele começar a gargalhar alto, rir tanto que até bate palma e se inclina um pouco pra frente. Cobro meu pau e me sento olhando-o com medo, ele é duas vezes maior que eu e ainda tem todos esses músculos, eu levaria uma surra com folga.

— Além de ser uma bicha manca tem o pau pequeno, você é uma piada!

— Eu não sou manco seu imbecil preconceituoso — vocifero buscando coragem em algum lugar dentro de mim.

— Tá criando coragem agora é? Vai me enfrentar?

— Me deixa ir pro meu quarto, por favor, eu prometo que vou embora só não quero confusão.

— Ah, ótimo, assim eu fico mais tranquilo em saber que não vou ser assediado por um viado enquanto tô dormindo, sabia que já aconteceu uma isso uma vez comigo? Fiquei com tanta raiva da bichinha que surrei ela toda ainda comi o cu dela pra provar de um macho de verdade — estremeço diante dessas palavras e tento levantar, consigo com muito esforço — sua raça é patética.

— Me deixa passar por favor.

Ele sai da frente e estende a mão como se estivesse recebendo a realeza, eu passo por ele que agarra meus braços e me pressiona na parede.

— Você vai sumir daqui sua bichinha e não vai contar nada pro Martin, entendeu?

— QUE PORRA É ESSA ARMANDO? — A voz rouca e alta de Martin ecoa da sala, ele vem furioso pra cima de Armando, eu vejo a porta da sala aberta e percebo que Martin pegou o amigo no flagra.

— Perai parceiro...

Martin desferiu dois socos no maxilar de Armando que cambaleou pra trás e se segurou na parede, o homem loiro estava vermelho de tanta raiva e empurrou o moreno, esmurrou o seu peitoral desnudo.

— O que pensa que tá fazendo caralho?

— Por que diabos você colocou esse viado aqui em casa? — ele apontou pra mim.

— Ele é meu amigo também e tá passando por um momento difícil, porra. Se eu soubesse que você ia agir assim feito um babaca eu nem teria cogitado essa possibilidade!

— Você sabe que eu odeio essas coisas e mesmo assim faz isso... se aproxima dele e ainda o coloca aqui em casa? Ele é o que pra você? Seu chaveirinho?

— Cala a porra dessa boca, você não sabe do que tá falando seu imbecil — Martin deu um soco no ombro de Armando

— Vai acabar a nossa amizade de anos por causa de um viadinho, é isso? Eu pensei que você fosse macho de verdade!

Armando empurrou Martin com força e me lançou um olhar ameaçador, apontou o dedo do amigo para mim e disse:

— Se eu terminar meu banho e essa coisa ainda estiver aqui eu mesmo vou botar ele pra fora.

Ele entrou no banheiro e fechou a porta com força, eu ainda estou encostado na parede em silêncio e amedrontado, Martin coloca as mãos na cintura e depois bagunça o cabelo. Me encaminho para o quarto  e ele me segue.

Os Ventos do PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora