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— “Antes disso eu nunca fora arrebatado por amor tão súbito e doce
Seu rosto vicejava como se uma flor fosse
E assim meu coração foi roubado... ”Jeon largou o livro que estava lendo, fechando os olhos e deitando a cabeça para trás.
Havia chegado da casa do Conde algum tempo atrás. Hoseok fora até a escola, segundo ele, queria ver como estava a construção.Jungkook não se ofereceu para acompanhá-lo, seu coração estava inquieto, precisava de um tempo sozinho para acalmar suas emoções.
Olhar nos olhos do irmão do Conde, havia despertado coisas dentro de seu ser, que há muito tentava manter adormecidas, ignorando-as à todo custo e, com poucos segundos mirando aquelas orbes vermelhas, trouxeram uma avalanche para dentro de si.Jungkook se culpava por deixar tais sentimentos tomarem conta de seu corpo e mente tão facilmente, não se reconhecia. Onde estava o homem que jurara a Deus,manter‐se puro mesmo ante ao desejo ardente que rondava o mundo?
Suspirou, sabia que sua fé era inabalável, sabia que toda forma de amor era irrefutável perante a Deus. Mas e ele, por que deveria abrir mão de tal sentimento em respeito ao voto que fez? Ele também não merecia amar?
O quão errado ele seria, se de rendesse ao desejo que sentia?Meneou a cabeça para os lados. O que estava pensando? Desde quando perguntas como essas invadiam sua mente, fazendo o duvidar do voto que tinha feito?
Levantou-se e seguiu até a porta dos fundos. Precisava conversar com alguém que lhe ajudasse a entender os pensamentos confusos que rondavam sua cabeça.Rumou para a trilha andando apressado. Sabia com quem poderia conversar, afinal, ela havia se oferecido. Andou pela mata sem se importa se sujaria a batina que usava. Pegou o caminho da esquerda, logo avistando a cabana da bruxa.
Não poderia demorar, Hoseok poderia voltar e notar sua ausência. Sabia que o ruivo estava desconfiado de como vinha agindo nos últimos dias, assim como sabia que o outro não pensaria duas vezes em escrever ao arcebispo.
E, estranhamente pensar em tal coisa apenas o angustiava mais. De alguma maneira, mesmo estando em conflito consigo mesmo, o padre não queria ter de abandonar a vila.Fez um pequeno percurso, virando no canto e olhando perto do canteiro de ervas, onde a tinha visto pela primeira vez, mas ela não estava ali. Se aproximou da varanda, vendo a porta aberta.
— Ainda não curaste esta sua curiosidade, rapaz? – Assustou-se ao vê-la aparecer do outro lado, sentada em um banquinho.
—Perdoe-me, não queria invadir assim. – Respondeu indo até ela.— Mas a senhora disse-me que seu eu precisasse conversa, poderia vir até a senhora.
A Senhora o analisou em silêncio por um tempo, antes de piscar os olhos lentamente, fazendo sinal para que fosse sentar ao seu lado.
— Vejo dúvida em seus olhos. O que o atormentas tanto? – Perguntou ao vê-lo se sentar.
—A senhora...poderia me dizer, c-como podemos saber ,o caminho certo que devemos seguir?– Perguntou olhando para baixo.
— Estás em dúvida, se o caminho que escolheu é o certo ou se ainda há tempo de seguir por outro, rapaz? – Questionou, enquanto amarrava algumas ervas juntas.
— E-eu... Eu venho tendo.... Alguns sonhos que não deveria ter, e esses sonhos...eles me assustam.– Confessou envergonhado.
A senhora parou o que estava fazendo e riu. — Ora rapaz, você o encontrou não foi ?
— Do que a senhora está falando? – Olhou para ela confuso.
— Você teme amar rapaz, teme se entregar por medo, apenas porque acha que ser padre era sua missão. Por isso, agora que o encontrou, está confuso. – Respirou fundo, olhando para frente. — Sabe rapaz, todos temos uma missão aqui, mas Deus nunca nos pediu para abrir mão de algo para cumpri-la.
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Bloody Sins 🍒Jikook🍒
Vampire||•🍷•Concluída•🍒•|| Até onde um voto celibatário pode proteger uma alma ou até mesmo o próprio corpo? Padre Jeon fez seu juramento, levar o perdão e a palavra do amor de Deus a toda alma viva, jamais julgar ou condenar os filhos do pai ,tentar lh...