Blind Anger

1K 196 114
                                    

XXVIII

Dizem que a ira em seu estado puro pode nos fazer destruir tudo o que tocamos, nos faz cegos para ouvir a voz da razão, mas e quando ela é despertada em alguém cuja a única razão, após séculos vivendo no escuro enfim achou sua luz, um motivo para seguir através dos milênios sem se culpar por ser um ser ao qual tantos repudiavam, fora tirada de si? Vivendo como um parasita às custas da vida daqueles que um dia irão partir e esse ser ainda permanecerá vivendo?

Jimin muitas vezes questionava o porquê de Namjoon tê-lo transformado, nunca desejou tal vida, mas após ter conhecido o padre, todos seus questionamentos deixaram de ganhar vida, alguns até mesmo havia desaparecido, dando lugar a planos que este se pegava fazendo enquanto o moreno dormia tranquilo em seus braços.

Quando ali chegara, por um bom tempo encontrou em Sungwoon um breve abrigo, embora não houvesse sentido o conforto para chamar aqueles braços de lar, como havia encontrado nos braços de Jeon, e agora, saber que o loiro, que havia por muito tempo sido seu confidente, foi aquele quem entregou seu anjo aos braços daqueles que queriam nada mais que sua morte, fazia Park sentir sua raiva borbulhar.

Como um vulcão que estava prestes a despertar,Jimin chegou no bordel, e sem cerimônia abriu as portas fazendo-as se chocarem contra as paredes e pendendo meio tortas com a força do impacto, atraindo olhares assustados dos que ali estavam.

E pela reação daquelas pessoas,sabia que sua expressão nada se parecia com o homem gentil que vivia na vila, ou o sedutor que costumava frequentar o local.

Com dois passos alcançou uma jovem, que apenas por seu cheiro denunciava o pavor que sentia por estar em sua presença.

-Onde está Sungwoon? - perguntou entre dentes.

A ruiva engoliu em seco e abaixou o olhar, não conseguia encarar aqueles olhos negros que pareciam querer levar sua alma, por um instante as fofocas que ouvia de vampiros serem demônios que andavam pela terra, passou por sua mente, pois ali á sua frente havia um e por sua expressão,misericórdia era algo que não estava em seus pensamentos naquele momento.

-L-lá em c-cima... e-ele está com um c-cliente. - falou ainda de cabeça baixa, apenas ergueu o olhar ao sentir uma brisa fria passar por ela, a fazendo cruzar os braços em frente ao corpo esguio.

Ninguém ousou cruzar o caminho do vampiro, se quer lhe perguntar o que ali o trouxe, nem mesmo a dona do bordel, esta que da mesma forma que estava sentada em uma das banquetas no bar, ali permaneceu.

Madame Scarlett sabia que algo do tipo hora ou outra aconteceria, havia visto de perto o distanciamento do platinado, sua mãe havia lhe dito do envolvimento dele com o padre, chegou a tentar persuadir Sungwoon que esquecesse do mesmo, mas o loiro nada queria ouvir, e agora apenas arcaria com o peso de suas ações.

Tragou uma vez mais o cigarro que tinha entre os dedos e soltou a fumaça lentamente, a madame cedia sua hospedagem àqueles que necessitavam, até dava acomodações, mas sua única regra era, "não faça nada que venha a se arrepender, pois seus problemas não me dizem  respeito" e Sungwoon havia feito algo que nenhum daquela Vila já ousara fazer, mexer com algo pertencente à família do Conde, no caso com o companheiro de um dos membros da mesma, a lei entre os seres da noite era clara, nunca ouse encostar um dedo no companheiro dos mesmos.

- Senhores e Senhoras, sinto informar, mas o bordel irá fechar as portas por hoje, certamente Madame abrirá novamente amanhã.

David o barman do local falou alto, e não precisou falar uma vez mais, pois logo o local estava sendo esvaziado.

Park subiu as escadas e logo estava a frente da última porta do corredor do segundo andar, podia ouvir os gemidos do outro lado e sem bater abriu a porta, fazendo o velho que estava atrás do loiro se assustar com a invasão.

Bloody Sins               🍒Jikook🍒Onde histórias criam vida. Descubra agora