Capítulo III
A carruagem rodava vagarosamente pela estrada da Vila,pela janela Padre Jeon podia ver a movimentação. As pessoas recolhiam seus produtos da feirinha, as lamparinas começavam a ser acesas, avisando a todos que mais um dia chegava ao seu fim.Era incrível como aquelas vielas pareciam carregar algum tipo de mistério, como se a qualquer momento algo fosse surgir dali. Esse pensamento fez brotar um sorriso no rosto do jovem Padre.
Conhecia muitas lendas, relatos dos Padres do mosteiro, o que provavelmente alguma seria verdade, "-vampiros só saem a noite e temem a casa do pai!"- dissera irmão Timóteo certa vez enquanto contava sobre o ataque à uma vila no Reino de WhiteWood.
Corriam boatos que o Conde de lá estava tendo muitos problemas, mas o jovem não deu ouvidos, pois sabia que as pessoas aumentavam muito as coisas. E agora ele encontraria alguns no jantar que receberia.
-Dizem que vampiros só bebem sangue, então me pergunto... Eles irão apenas ficar nos observando no jantar? - questionou ao ruivo sentado a sua frente.
-Bobagens meu caro, não me digas que acreditou nesses relatos? Eles se alimentam como nós também, o sangue ajuda a manter a temperatura apenas, seria como eu e um bom copo de destilado. - Falou arrumando o terno e checando a hora no relógio de bolso -Se não fosse a pele pálida,o corpo com a temperatura pouco mais fria que a nossa, e a cor dos olhos seria impossível identificar um.
- E como sabe tanto sobre eles? - Jeon o questionou levemente curioso.
O ruivo o olhou um pouco tenso mas sorriu e arrumando a postura. -Bem esqueceste que não vivi no mosteiro toda a minha vida? Então, tive o desprazer de conhecer alguns. Embora,não me agrada tal lembrança.
O jovem com um menear de cabeça concordou e voltou o olhar para fora, ao longe podia ver a mansão do Duque iluminada por tochas e muitas carruagens chegando.
De uma forma estranha se sentia nervoso, achava que não precisaria daquilo tudo, estava cansado da viagem e queria apenas uma boa noite de sono. Mas não podia recusar o convite, saber que ali estariam somente os mais abastados lhe deixava com uma sensação de incômodo. Se era para dar boas-vindas,toda a Comunidade deveria ser chamada também.
-Estás preocupado com alguma coisa? - Hoseok perguntou vendo a expressão do amigo, indo de cansada para desgostosa em segundos.
-Apenas achando que não precisaria disso tudo, não sou alguém da Coroa ou tão importante assim para receber tudo isso.
- Oras pois ,como não és importante? Tu foste o único a responder ao pedido, as pessoas estavam ansiosas com sua vinda. Mereces sim, por ser corajoso suficiente para estar rodeado por seres noturnos.
-Hobi hyung, não os chame assim. Embora sejam o que são, e sua alimentação não seja a mais... Humm... bem,não deixam de ser seres vivos e provavelmente eles devem ter nomes, então, por favor te peço que sejas gentil.
- JEON JUNGKOOK! Do jeito que falas até parece que não tenho decoro e não sei me portar conforme as lições de etiqueta nos ensinam.Oras, só me faltava essa... - O ruivo resmungou, mas depois olhando para os dentinho avantajados e ruguinhas ao redor dos olhos acabou por sorrir.
Como poderia ficar irritado com alguém como a pessoa à sua frente? Era impossível, apesar da batina que vestia e a missão que tinha, Jeon ainda era tão inocente quanto uma criança. E ele protegeria essa inocência com sua própria vida, se assim fosse preciso.
- Certo... - o padre alisou a batina e cruzou as mãos sobre o colo. - Senhor decoro, então onde estava suas maneiras quando o encontrei beijando a mesa mais cedo? E depois enquanto viajamos e roncavas igual a um porco?
Hoseok o olhou indignado - Eu não acredito que não vais me deixar esquecer isso.
Jeon fechou os olhos e riu - Desculpas Hobi hyung, mas enquanto lembrar-me deste fato, será impossível. - Falou enquanto a carruagem parava em frente a porta da mansão.
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Bloody Sins 🍒Jikook🍒
Vampiros||•🍷•Concluída•🍒•|| Até onde um voto celibatário pode proteger uma alma ou até mesmo o próprio corpo? Padre Jeon fez seu juramento, levar o perdão e a palavra do amor de Deus a toda alma viva, jamais julgar ou condenar os filhos do pai ,tentar lh...