Filha de Pã

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Gabriel La Rue

O suor que escorria pelo me pescoço me deixava ainda mais energizado. A verdade é que eu já poderia ter ganhado essa batalha há bastante tempo atrás, mas me divertia ver o esforço dela, desesperada para não manchar a reputação do chalé 17. Reputação essa que inclusive já estava acabada. Todos sabiam que nenhum filho de Nice poderia ganhar dos filhos de Ares em lutas.

Finalmente, determinado a acabar com a dança de espadas que já tinha durado tempo demais, dei um golpe que a desarmou, rapidamente me movendo por trás dela, imobilizando seus braços e encostando a lâmina em seu pescoço.

— Agora não tem como você pegar sua espada de volta. Inclusive, os novos tênis da Adidas são mil vezes melhores que os da Nike — Sussurrei em seu ouvindo, adorando o grunhido irritado que saiu de sua boca.

Involuntariamente e orgulhoso da minha vitória ( que foi bem fácil para ser sincero ) meus olhos procuraram pela pequena menina que representa meu estresse diário. Ao passar o olhar rapidamente pelo lugar onde eu  estava com ela e não encontrar nada,  minha curiosidade já se aguçou. Sempre tenho a impressão de que se a Alice some do nada, está fazendo algo errado, e eu ficaria muito feliz de saber tudo o que ela tem aprontado ultimamente. Os desafiadores olhos verdes gritam mistério e perigo toda vez que cintilam em minha direção.

Querendo ir atrás dela, soltei a menina que ainda estava presa nos meus braços e fui saindo, até que alguém agarrou meu braço.

— Onde você vai? — Perguntou Percy — O ganhador deve lutar de novo com o próximo adversário.

E simples assim, eu já não poderia mais encher o saco da senhora "irritação em pessoa".


Alice Klirónomos


Ao adentrar o bosque junto com Luan, o sátiro que foi me buscar no meio do torneio, percebi como as coisas estavam agitadas por aqui. Conseguia sentir a energia nervosa de cada sátiro trabalhando nos pés de morango.

— O que está acontecendo exatamente? — Perguntei — E para onde estamos indo?

— Estamos quase lá. Estou te levando para o lugar que Grover organizou a reunião e...

— Reunião de que? Tenho certeza que o Dionísio não sabe sobre isso, certo? — Questionei, recebendo um balido assustado como resposta. Só de citar o nome do deus do vinho já fazia qualquer sátiro assustado. E pensar que eles costumavam ser bem próximos num passado bem distante.

— Nós já estamos chegando. Só mais alguns momentos — Ele me respondeu, olhando para o outro lado. Parecia determinado a não responder nada enquanto não chegássemos.

Mais algum tempo andando foi o necessário para que finalmente avistássemos umas 8 bundas peludas, concentradas em volta de uma mesa de pedra. Me pergunto por que temos que estar tão enfiados no fundo do bosque dessa forma. A profundidade que alcançamos é com certeza maior do que a geralmente alcançada pelos sátiros.

— Béééé — Um ganido chamou minha atenção. — Seja bem-vinda, Alice Klirónomos. — O velho sátiro me cumprimentou, se deliciando com o som do meu sobrenome. Se eles não sabiam quem eu era antes, agora eles já tem certeza.

— Olá. Você é? — Perguntei

— Bartolomeu, um dos anciãos do conselho, o mais velho e importante deles para falar a verdade, eu...

— Velho está correto, importante nem tanto. — Um outro sátiro, talvez uns 36 anos comentou, se aproximando. Esse foi o sátiro que estava à minha volta hoje mais cedo, o primeiro que reconheceu o cheiro de Pã em mim. — Eu sou Grover.

— Eu lembro de você. Estava comigo mais cedo — Eu comentei, o que fez ele corar de uma forma adorável.

— Eu... Bééé, desculpe por isso. Quer dizer eu... Me desculpe por ter ficado a sua volta como um fanático, mas não me desculpo por estar certo. — Ele disse, o que me arrancou um sorriso.

Estar junto dos seres da natureza novamente me fazia um bem que não poderia ser descrito. A profundidade do bosque difundia o ar fresco pelos meus pulmões de uma forma libertadora, e a companhia dos seres que tem um objetivo em comum comigo fazem meu coração ficar cheio de amor. Estava quase me enterrando ainda mais em devaneios quando me lembrei do motivo de eu estar aqui.

— Me disseram algo sobre o níma elpídas — O olhar de determinação no rosto de Grover foi logo substituído por uma outra feição. Era aquilo... medo? — Pelos deuses, o que aconteceu? Vocês estão me assustando — Eu disse, agora com meus olhos arregalados assim como o de todos os outros.

Todos os sátiros pareciam com a respiração presa, querendo dizer algo. Foi novamente, Grover que se pronunciou.

— Precisamos da sua ajuda, Filha de Pã.

O título sugou todo o ar de meus pulmões.

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Sobre a mitologia

Sátiros - Os sátiros eram divindades menores da natureza. Possuía pernas e chifres de bode com o resto do corpo humanóide. Vale ressaltar também que, apesar de serem seres divinos não era imortais. Nos livros de Percy Jackson, os sátiros são representados como criaturas que, assim que morressem, teriam a alma transformada em flor.

As criaturas estavam em constante reunião com Dionísio, o deus do vinho, e Pã.

Existem dois sátiros que tiveram papéis fundamentais em mitos como "Origem do rio Marsias" e o desenvolvimento do mito do rei Midas. Vocês gostariam que eu me aprofundasse neles, ou não é necessário?

Aviso - Assim como dito no início da fanfic, eu avisaria quando colocasse algum elemento não pertencente a mitologia grega. O termo "níma elpídas" empregado nesse capítulo, e que vai ser desenvolvido no próximo não faz parte da mitologia.

Foram apenas duas palavras que eu traduzi para o grego e usarei a minha disposição para o desenvolvimento da história.

( Tradução essa que eu fiz anteontem, passando do português para o grego. Eu, sendo a gênia de sempre, não anotei o significado original da palavra, e hoje quando fui traduzir do grego para o português não tinha mais significado KKKKKKKKK, obrigada google tradutor, sempre me deixando na mão ) - Gente, juro que era uma coisa que fazia sentido, acho que nunca saberemos  KKKKKKKKKKKK


Um feliz Natal para todos vocês 🎄❤️

A filha de PãOnde histórias criam vida. Descubra agora