Hermes?!

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Gabriel La Rue

Desgraçada. Desgraçada. Desgraçada! 

— Larga de ser frouxo, Gabriel. Levanta logo daí, já tá me fazendo passar vergonha com essa cena toda. Foi só um chute, por Ares! Você já foi atravessado por uma espada. 

— Para Clarisse, tá doendo muito. — Resmunguei para a troglodita da minha irmã.

— Quero ver quando o papai ficar sabendo dessa história. O que será que ele vai pensar? Gabriel La Rue é abatido por uma garota com metade de seu tamanho por um chute no saco...

— CALA A BOCA — Berrei. 

Ninguém nunca ia esquecer disso. A brasileira de 1,30 m, que derrubou um dos melhores espadachins do chalé de Ares. 

Depois que passamos pela redoma de poder, as aves não podiam nos perseguir mais, então achei que ela pararia de lutar como uma louca perneta. Parece que me enganei. Ela me deu um golpe baixo, literalmente.

— Para onde foi a garota? — Perguntei, enquanto me levantava. 

— Alguns jogadores de basquete de Apolo, disseram que correu direto para o casarão. Mandy, uma das fofoqueiras de Afrodite disse depois que ela falou diretamente com Dionísio, usando um tom zombeteiro. Ela falava uma outra língua, o que não permitiu que a garota entendesse alguma coisa. 

— Droga, Quíron vai acabar comigo. Vou atrás dessa louca ver qual o tamanho do estrago. — Falei.
Quando estava quase chegando perto das quadras, ouvi minha irmã gritar.

— Ainda há possibilidade de eu ser tia? — Em resposta, apenas lhe mandei o dedo.

Alice Klironómos

Assim que me viu, mandou que todos deixassem a sala, sendo como sempre, bem grosseiro.

—  Get out, get out. And let them know that I need privacy. And call Quíron! Immediately.

Fiquei apenas olhando para a bolota que ele havia se tornado. Pelos deuses, como ele engordou.

— Você está enorme. — Falei.

— Bom saber que você está bem. Continua a mesma abusada de anos atrás.

— Abusada, não — Discordei — Realista.

— Cuidado garota. — Alertou-me. Olhei para ele por um tempo, e apesar de Dionísio não ser flor que se cheire, fazia eu me sentir em casa.

— Senti sua falta. — Falei por fim. Um indício de um sorriso surgiu no canto de seus lábios. — Porém não tanto a ponto de estar feliz em estar de volta. — O sorriso sumiu.

— Justo quando eu acho que estávamos começando a ter uma conversa amigável.

— Se enganou — Retruquei.

Ele suspirou pesadamente, como um pai desaprovando as atitudes de uma filha. Exceto que ele não era meu pai.

— Estou tentando te proteger.

— Não quero proteção. A menos que tenha encontrado uma forma de...

— Alice! — Me cortou.

— Não preciso que me traga para a droga do acampamento! Eu odeio isso, ok? Ainda faltam 3 anos!

— Não tem nada a...

— Eu estou falando! — O interrompi — Eu podia me virar muito bem onde eu estava. Vir para cá é apenas uma maneira de causar histeria entre os sátiros. Além de que, você, como todos os outros deuses, sabem que mesmo com todo o treinamento do mundo, eu não poderia me proteger.

A filha de PãOnde histórias criam vida. Descubra agora