Bolas de fogo

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— Hefesto todo poderoso! — gritei, pego de surpresa pela bola de fogo que passou assoviando pela minha cabeça.

Alice já tinha se mandado tinham uns 3 segundos. A garota nem se quer se dignou a tentar lutar. Saiu em disparada por algum canto.

Minha espada estava empunhada, mas eu tinha a sensação de que não faria efeito contra esse efeito.

São nesses momentos que eu me arrependo amargamente de não ter prestado atenção nas aulas sobre inventário bestial no Acampamento Meio-Sangue... Todas as vezes que eu estava jogando bolinhas de papel na cabeça loira dos filhos de Atena... Sendo que eu poderia simplesmente estar aprendendo como matar a porcaria de um basilisco.

Nada me vinha a mente. Corri para trás da árvore mais próxima e me escondi. Um verdadeiro filho de Ares sabe escolher suas batalhas. Tenho certeza que Sun Tzu tem algo em seu livro falando sobre como as vezes tudo bem perder a batalha, mas não a guerra.

A guerra no caso estaria sendo metaforicamente representada pela minha vida.

— Alice, por todos os deuses misericordiosos, traga essa sua bunda medrosa de volta para cá! — Berrei.

O calor da próxima bola de fogo aqueceu minhas costas. Legal. Agora temos uma árvore em chamas. Perdeu, Pã.

— Aliceeeeeee! — Tentei mais uma vez, e corri.

O basilisco, entretanto, por algum motivo, não parecia interessado em me perseguir. Quanto mais eu me afastava de seus rugidos, olhando para trás com cuidado de tempos em tempos, eu via que o bicho estava extremamente irritado, mas talvez não o suficiente para vir atrás de mim.

Ou talvez ele não estivesse autorizado a sair daquele local específico... por qualquer motivo que fosse.

Alice Klirónomos

Cheira a florzinha, sopra a velinha. Cheira a florzinha, sopra a velinha.

Fogo. Fogo. Fogo. Fogo. Fogo. Fogo.

Flashbacks me aterrorizavam de segundo a segundo. Eu não fazia ideia de como estava conseguindo correr desviando de todas as árvores. Não fazia ideia de como ainda estava correndo, e minhas pernas ainda não tinham travado por puro terror.

Lucas... Lucas me tirou de lá. Eu não morri no fogo. Lucas estava lá por mim. E então ele se foi. 3 anos depois ele se foi por minha causa.

No meu infortúnio aniversário de 5 anos, quando a besta se apresentou para mim pela primeira vez. Quando Nix finalmente teve sua primeira parte da profecia cumprida. Quando minhas costas foram rasgadas e quando meu bem mais precioso morreu tentando me proteger. Lucas...

Gabriel... Gabriel? GABRIEL!

Eu larguei o Gabriel! Parei de correr subitamente, me apoiando em uma árvore. Eu deixei Gabriel lutar sozinho contra um basilisco enquanto eu simplesmente corria como uma garotinha assustada.

Meu peito dói. Meu peito fisicamente dói de preocupação e de culpa. Se algo tiver acontecido com ele, vai ter sido culpa minha. Eu corri.

Foi isso que eu me permiti. Foi esse momento de fraqueza que eu me permiti.

Estávamos em uma missão perigosa. Acidentes acontecem. Foco. Você conseguiu sair viva de um ataque de basilisco, Alice. (Deixaremos de fora o simples fato de eu ter corrido sem olhar para trás nenhuma vez) E você está aqui pelo Níma Elpídas. Tem que ajudar os espíritos na natureza.

Foi essa a mentira que eu contei meu cérebro. Foi essa a mentira descarada que eu estaria repetindo, repetindo e repetindo pelas próximas horas. Eu precisava de estar focada.

Eu não ia ter tempo para voltar para buscar o Gabriel. Eu tinha corrido muito. E mesmo se eu tivesse... tinha um basilisco lá. Eu nunca poderia com um basilisco.

Foi isso que eu me disse. Eu dei 5 passos. Nesses 5 passos, senti uma presença da natureza. Um dos espíritos que eu estava procurando...

Mas, em vez de continuar em frente, e procurar a fonte da sensação... eu virei e corri.

Morte eminente? Talvez. Mas o soco de direita daquele insuportável é lindo demais para ser perdido para sempre.

— La Rue! — berrei.

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⏰ Última atualização: Mar 23, 2023 ⏰

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A filha de PãOnde histórias criam vida. Descubra agora