Alice Klironómos
Eu não posso respirar! A sensação de impotência me batia cada vez mais, conforme eu tentava levar ar para meus pulmões e nada acontecia. Cheira a florzinha, sopra a velhinha. Cheira a florzinha, sopra a velhinha.Como pode meus dois piores pesadelos retornarem no mesmo dia? Eu não posso respirar.
Em minha semi-inconsciência, eu via fogo. Lembravas de um incêndio, do calor e do desespero.
— Eu não posso respiraaaar — arfei
— Alguém me ajude — A pelos deuses. Eu iria morrer. Eu iria morrer porque eu não posso respirar.
— Socorro.... - Arfei pela última vez, perdendo as esperanças.
Gabriel La Rue
Corri por entre as árvores a toda a velocidade. Nyssa deixou a garota lá! Eu tive um trabalho enorme para capturar ela, e agora Nyssa a deixou lá para morrer.
Assim que cheguei perto do local, percebi que algo estava acontecendo. Eu sentia uma presença, talvez divina. Mas o que diabos os deuses estavam fazendo aqui?
Enquanto me aproximava, vi um monstro. Não. Não um monstro. Um ser.— Pelos raios de Zeus! — Dei um passo atrás, assustado com a visão.
Nenhum monstro que eu já tenha visto, aprendido ou estudado se comparava com aquela criatura.
Três metros e meio de comprimento, uma boca enorme, com gengiva para fora. Cheia de dentes, assim como um tubarão.
Alguns era negros, amarelos, e poucos, brancos, mostrando ser uma boca bem suja. Eu podia sentir o fedor daqui.
Algo sobre aquela visão assustadora, me fazia querer ficar estático, correr e chorar. Preciso confessar, considerei várias vezes dar meia volta e nunca mais lembrar de tal coisa, porém meu orgulho não permitia. O sangue divino de Ares não permitia. Eu não desonraria meu pai dessa forma. Me movendo pelo canto, continuei andando, encostado na parece do bunker.
Eu podia ver com clareza agora os deuses se materializando, um por um, em volta da criatura.
Que tipo de coisa era aquela. Que eram necessários os deuses?Tentando manter meu foco, continuei me escorando pelas paredes, até chegar mais perto da porta da construção.
Estava trancada.Quando ia começar a tentar forçar a porta, mesmo sabendo que seria inútil, ouvi alguma engrenagens rodarem. As portas estavam sendo abertas.
Em um senso de preservação, me escondi atrás de um arbusto que jazia ali perto, muito consciente dos 6 deuses atrás de mim, e de um monstro completamente letal.
Ares, Zeus, Atena, Hermes, Dionísio e Hefesto estavam aqui. Seis deuses olímpico estavam aqui.
Tentando não me assustar ainda mais, observei a porta abrir, ao mesmo tempo que os deuses mostravam sua verdadeira forma.
Droga! Resmunguei em minha mente, enquanto cobria ambos os olhos com a mãos, rezando para não ser queimado vivo.
Eu sentia minhas roupas chamuscando, e me sentia ficar mais fraco também.
MERDA!Alguém me lembre por que eu fiz questão de vir aqui.
Assim que o espetáculo super mortífero acabou, me levantei e corri em direção as portas.
— Pelas armas de Ares — Xinguei, enquanto via Alice jogada no chão, muito queimada.
— Alguém ajude! — Gritei, enquanto chegava mais perto dela.
— Alguém ajude — berrei novamente.
Me levantei, deixando ela ali, enquanto corria em direção aos deuses, rezando para não terem partido.
Eles se encontravam olhando para a cara um do outro em silêncio. Aquela imagem com certeza me deu medo.
— A garota! Alice! Viu a verdadeira forma de vocês! Está queimada e desmaiada.
— Mostre-me — ordenou Hermes, com os olhos arregalados, seguido de um Dionísio muito preocupado e todos os outros deuses, inclusive Zeus.
Hermes pegou Alice nos braços, e levantou. Apolo, se aproximando lentamente, tocou o dedo em sua testa, a fazendo abrir os olhos em completo terror. Levou apenas alguns segundos para ela começar a arfar.
— Não posso respirar — resmungou, desesperada, levanto o braço cheio de bolhas ao peito.
— Não posso respirar— Repetiu.
— O que está acontecendo? — Perguntou meu pai, parecendo aflito. — Faça alguma coisa, Apolo!— Não tem nada que eu possa fazer! — Ele respondeu. A percepção de que ele também estava assustado me assustou mais ainda.
— Você é o maldito deus da medicina! - Gritou Zeus, a voz trovejante.
— Não está no corpo! A mente dela está em colapso. O calor, ou a asma talvez, possa estar contribuindo para o ataque. Alguém pegue água! — Apolo disse, fazendo Hermes correr atrás de um copo.
Ela tinha todos os deuses na palma da mão.Quem diabos era Alice Klironómos?
Alice Klironómos
Abri os olhos lentamente, percebendo que novamente, eu estava na enfermaria.
Esquadrinhei o cômodo com os olhos, mas não tinha ninguém. Apesar do zumbido em meus ouvidos, eu podia escutar uma discussão lá fora.Me sentei, com tudo doendo e ardendo.
Eu estava queimada?Não conseguia me lembrar nada de ontem. Nada.
A porta se abriu, cortando minha confusão.
O rosto de Hermes foi enfiado no vão da porta.
— Oi. — Falei.
— Olá, pequena. Como se sente? — Perguntou, abrindo mais a porta e entrando, seguido por Apolo.
— Péssima. Vocês sabem o que a criatura estava fazendo aqui? Não era hora. — Apolo suspirou.
— Momo está ficando impaciente. Não pode respeitar os termo do próprio acordo. — Falou o deus da medicina.
— Nós cuidamos dele ontem, mas seu momento ainda chegará daqui a 3 anos.
Fiquei quieta. O que eu falaria? Obrigada por me contar que minha maldição ainda está de pé? Resolvi ir por um caminho mais seguro.
— Obrigada por cuidar de mim ontem.
— Por nada mocinha. Me escute... — Hermes falava. — Foi um acordo mútuo te trazer para o acampamento, e você não facilitou nem um pouco para Gabriel.
— Estou orgulhoso. — Completou Apolo, com um toque de diversão na voz. — Ele é igualzinho a Ares, ou seja...
— Uma dor na bunda — Completei rindo. Ouch. Até a risada doía.
— Temos que voltar ao Olimpo. Descanse e treine. Voltaremos para observar seu progresso com o tempo. — E saíram.
Assim que não havia mais ninguém na sala junto comigo, me permiti chorar.
A cada cinco anos... por que?
Por que eu tenho que ser apenas uma peça no quebra-cabeça dos deuses?!
Eu não aguento mais. Queria apenas tirar essa responsabilidade de mim.
Queria meu pai de volta. Queria toda sua natureza e ar puro perto de mim novamente.
Quero que Pã viva.
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A filha de Pã
AdventureAlice é uma semideusa solitária. Sempre se virou muito bem sozinha e não precisava da ajuda que Gabriel La Rue, brutalmente, a obrigou a aceitar. Foi levada para outro país para ficar "segura" no acampamento meio-sangue. Chegando lá deixou todos es...