Olhei para Dionísio, meu rosto transparecendo todo meu medo. Rezava que fossem apenas coisas de minha cabeça, mas por sua expressão, eu ainda não estava ficando doida.
Em um segundo, ele havia largado Gabriel, estalado os dedos e agarrado meu pulso.
— Alguém de Hefesto! — Berrou.
Uma menina logo se apresentou, correndo.
— Senhor D. No que poss...?
— Leve-a rápido paga o bunker. Rápido.
Tranque tudo com a maior segurança possível. Você estará honrando os deuses, garota.
E desapereceu. Deixando vários campistas atônitos.
Parecendo se tocar do que tinha que fazer, a menina agarrou meu braço e começou a correr.
Ouvi dizer, nas fofocas do chalé de Hermes, que a algum tempo atrás um tal de Léo Valdez achou um bunker que há muito tempo estava desaparecido. Esse menino parecia ser muito querido por todos e foi fundamental no êxito da profecia dos 7.
O conselheiro do chalé de Zeus, que eu não me importo de lembrar o nome, e a conselheira de Afrodite, que também não me interessa, continuam suas buscas pelo paradeiro dele, mas ao que parece, ele se escondeu bem.
— Qual o seu nome? — Perguntei, acompanhando sua corrida.
— Nyssa. Eu sou a conselheira do chalé de Hefesto. Agora para de conversar e corre. Não sei o que causou esse desespero todo no Sr D., mas vamos ter ir rápido.
— É longe? — Perguntei, ofegante. Tremendo de nervosismo e falta de ar.
— Sim. Vamos pegar um pégaso.
Assim que chegamos no celeiro, montado um, e subimos.
Eu não entendia por que aquilo estava acontecendo. Ainda faltavam 3 anos para o momento chegar. Eu não estava pronta para tal combate. Eu não tinha tido treinamento, não tinha tudo tempo de me afastar das pessoas, e... Pelos deuses.
— Chegamos. Assim que atingirmos o chão você corre, eu vou abrir para você. Apenas a mão de um filho de Hefes... — Um alto rugido interrompeu sua fala.
— Nyssa.
— Rápido! — Me apressou, me empurrando. Sua mão tocou a fechadura, abrindo-a instantaneamente.— Nyssa, me escuta! — Gritei. — Volte para o acampamento, e mande todos entrarem em seus chalés. Você não pode ficar aqui comigo.
— Dionísio disse que seria um honra aos deuses. Caso eu não a proteja, estaria desrespeitando-os.
— Tenho certeza que eles entenderão, você não é útil aqui, tente entender... eu... — Mais um rugido cortou o ar, muito mais alto, muito mais próximo. — Volte ao acampamento, me tranque, e vá.
Seus olhos esquadrinharam meu rosto, antes de aceitar. O lugar era enorme, velho, e aparentemente, seguro.
Ela trancou tudo, me deixando no que parecia ser a sala de comando.
— Acho que eu deveria ficar aqui para te ajudar.
— Eu não acho. Agora vá que está próximo.
Ela suspirou, parecendo querer se arrepender, porém mais um rugido soou, fazendo- a estremecer. Nychteriní katára não era de brincadeira. Não mesmo.
Assim que ouvi o último clique da tranca, balancei a cabeça, saindo de meu torpor. Não era o meu momento, e eu não aceitaria as cicatrizes de graça. Quando eu completasse 15 anos, deitaria ao chão e me renderia, mas nesse momento, não.
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A filha de Pã
AdventureAlice é uma semideusa solitária. Sempre se virou muito bem sozinha e não precisava da ajuda que Gabriel La Rue, brutalmente, a obrigou a aceitar. Foi levada para outro país para ficar "segura" no acampamento meio-sangue. Chegando lá deixou todos es...