Schizophrenia - Taekook

My Feelings

Oi oi meus amores, olha quem voltoou, então galerinhaaa, no ultimo capítulo eu perguntei se vocês gostariam de um ponto de vista de um dos personagens principais, e algumas pessoas disseram que gostariam de um do Taehyung, entãao como especial de natal atrasado esse capítulo será o ponto de vista do Taehyung sobre tudo o que está acontecendo, o capitulo da saída dele será o próximo, eu espero de coração que gostem desse capítulo, talvez ele seja um pouco menor que os outros, ainda não sei, porque convenhamos fazer um ponto de vista de uma pessoa com esquizofrenia não é tão fácil, eu espero de coração que gostem, vamos lá.

[...]

Ontem eu e Jungkook nos beijamos... E eu adorei isso.

Desde criança eu sempre fui taxado como louco, como um monstro, perigoso, etc... Quando tive minha primeira crise na escola perdi todos meus amigos, todos se afastaram de mim, seus pais o proibiam de brincar comigo por dizerem que eu era agressivo, que eu iria machucar seus filhos, mas eu era só uma criança e nada do que eu fazia era por querer, crianças não deveriam ser tratadas como me tratavam, doía muito, as vozes dentro da minha cabeça me diziam o mesmo, que eu nunca teria ninguém, que todos tinham medo de mim, que eu era um monstro, estúpido, que só trazia problemas aos meus pais, e eu sempre acreditei. Minha primeira tentativa de suicídio foi aos 10 anos, meu pai saiu para trabalhar e minha mãe foi ao mercado, e então eu resolvi tomar um banho de banheira, nada estava passando em minha cabeça além de brincar com meu patinho de borracha, até eu olhar a água e uma voz me dizer "porque você não se afoga? " ," vai ser tão rápido, você nem vai perceber" ," seus pais vão agradecer"  e eu as obedeci, acordei nos braços da minha omma, ela chorava muito, principalmente quando me viu abrir os olhos, ali eu percebi que falhei.

Tudo foi sempre muito complicado para mim, eu me sentia constantemente triste, as vozes viviam me dizendo coisas horríveis, eu parei de ir a escola com o tempo, e parei de sair de casa, acontece que ou eu estava com medo das pessoas ou as pessoas com medo de mim, foi quando meu pai fez nosso jardim, quando eu estava lá com ele eu me sentia feliz, era as poucas vezes que eu me sentia feliz, e quando ele morreu... Bom isso não é mais novidade, o que já estava ruim ficou ainda pior e eu vim parar aqui na clínica, mas confesso que gosto bastante daqui, foi o primeiro lugar que fui acolhido de verdade sem que me tratassem como um louco, mas nada era muito simples, eu via muitas vezes meu pai e ele pedia para eu encontra-lo, e assim aconteceu mais outras diversas tentativas de suicídio, acabaram tirando quase tudo do meu quarto que eu pudesse me machucar, mas com o tempo foi melhorando, e melhorou ainda mais quando Jungkook chegou.

Quando eu o vi pela primeira vez, o achei tão bonito, fiquei encantado pelo jeito dele, não sei explicar, mas, ele era como uma bela fotografia em vida, parecia um boneco de porcelana moldado a mão pelos anjos divinos, Jungkook é muito bonito, e eu senti algo diferente nele, a energia do Jeonggukie era tão boa e me deixava tão em paz que eu não me importei em ficar com ele, claro, os primeiros dias foram um pouco difícil de aceitar, ele era alguém estranho e ainda sim eu tinha muito medo da reação dele perante minhas crises, pensei que ele iria embora na primeira semana, mas ele ficou.

Jeon era totalmente diferente de todas as outras pessoas que eu já conheci, ele me mostrou isso sem se quer saber, Jungkook foi a primeira pessoa a me olhar como alguém normal, nunca houve julgamento em seu olhar, nunca houve pena. Algo que praticamente todos que me conheciam fazia, me olhava com pena. É claro que tem o Jin hyung, o Yoongi hyung e o Namjoon hyung, mas eles eram diferentes por terem me acompanhado desde sempre e mesmo assim ainda tinha, nem que minimamente o olhar de pena deles, principalmente depois das minhas crises, mas não com Jungkook, na minha primeira crise séria, ele não me olhou com pena, foi diferente, ele me olhou com preocupação, com medo de me perder, ele queria cuidar de mim e eu senti isso em tudo nele, na voz, no olhar, até mesmo em suas expressões, isso fez eu começar a me sentir estranho, sempre que estava perto dele era como se ondas tenebrosas atacassem meu estomago, meu coração acelerava e eu não queria que a hora passasse nunca, foi ai que lembrei de algo que meu pai me disse, que quando sentimos essas coisas estranhas por uma pessoa é porque gostamos dela ou estamos apaixonados.

Eu não entendo muito bem sobre paixão, mas meu oppa me contava coisas sobre ele e a omma, como se conheceram, como ele se sentia quando estava com ela, e eu me identifiquei muito, era tudo o que eu estava sentindo, as ondas em minha barriga, o formigamento em minhas mãos, o coração acelerado e a vontade de estar com a pessoa, então me denominei apaixonado por Jungkook, foi então que nos beijamos.

O beijo, ah sim, o beijo de Jungkook foi maravilhoso, eu nunca beijei outra pessoa na vida para saber se tem alguma diferença mas o beijo do Jungkook foi perfeito, é como se eu ainda pudesse sentir o toque macio dos seus lábios nos meus, a língua molhada e quente tocando a minha, eu não sei como descrever a sensação, mas foi muito bom, eu gostei muito, de inicio foi estranho e até um pouco nojento, pensar no tanto de bactérias que podiam estar naquele ato, mas então eu deixei minha mente vazia e apenas foquei que ali era Jungkook.

Mas então ele se afastou... Aquilo doeu muito, ouvir ele dizer que era um erro, tudo o que passou na minha cabeça foi que eu era o erro. 

Jungkook não gostava de mim, então porque ele me beijou? 

Era a única coisa que vinha em minha mente, e então eu ouvi, no fundo da minha cabeça as vozes voltarem, fracas, mas ainda sim estavam lá

É claro que ele não gosta de você, olhe para ele, nunca ficará com uma aberração como você

Ninguém nunca vai gostar de você, você é um inútil

Nojento, uma aberração, um monstro.

Ninguém te suporta, acha que ele iria suportar

Essas eram algumas das coisas que eu ouvia aquele dia, as vozes costumam ser bem cruéis, mas eu não dei ouvidos, não dessa vez, porque por mais que elas diziam aquelas coisas horríveis, o que eu sentia vindo do Jungkook era totalmente o oposto, ele não estava mentindo e eu sabia disso, eu sentia que ele gostava sim de mim.

Eu entendia perfeitamente que não devia me apegar emocionalmente ao Jungkook, mas como não se apegar a alguém que te faz bem? Que cuida de você e melhor de tudo, faz com que você se sinta uma pessoa normal como qualquer outra, era quase impossível que eu não me apegasse a ele, mas eu tentaria ao máximo não depender emocionalmente dele, mesmo que fosse muito difícil.

Agora estava na hora de eu superar mais uma fase, o mundo real. Eu não sei se estou preparado para voltar a interagir com outras pessoas, se estou pronto para aguentar os comentários e todos os olhares e rejeições, por mais que saber que Jungkook estará lá comigo me conforta muito, ainda sim é difícil, ao mesmo tempo que eu quero, eu não quero, mas eu tinha que tentar, eu precisava encarar as pessoas, superar tudo o que já me aconteceu era um passo gigantesco que eu precisava dar.

— Taehy... Você está pronto? É hora de irmos. — Essa era a voz de Jungkook, dizendo que estava na hora de eu dar meu grande passo, e eu iria.