Schizophrenia - Taekook

The Truth

Jungkook estava em seu quarto, rodeado por livros e folhas de caderno, o moreno estava terminando uma parte de um dos trabalhos da faculdade quando ouviu a porta ser aberta, Jeon não se deu o trabalho de olhar quem era pois até então imaginou ser Jimin, mas em seguida a voz que adentrou seus tímpanos o fez erguer o olhar.

— Querido? — a voz suave da senhora Jeon foi ouvida pelo filho, que deixou os papéis e livros de lado e se ajeitou na cama, deixando um espaço para a mulher se sentar ao seu lado.

— Omma! Pensei que estivesse no trabalho.

— Sai mais cedo, queria conversar com você.— Jungkook a olhou e assentiu.

— Claro, aconteceu alguma coisa?

— Não meu amor, só queria saber como você está, como está indo o estágio, se está gostando, você não tem me contado nada.— a mulher sorriu de forma doce.

Jungkook jogou os cadernos e livros de lado, colocou as pernas na cama e abraçou seus joelhos soltando um suspiro baixo.

— Eu estou bem, está tudo indo bem, eu gosto bastante de lá.— o mais novo sorriu e a mulher se ajeitou, puxando o filho para se deitar em seu peito e então acariciou seus fios negros.

— Você não está me dizendo a verdade, está? O que está acontecendo, querido? Eu te conheço como a palma da minha mão, Jungkook, sabe disso.— a voz da Jeon mais velha era doce e calma, enquanto a mesma acariciava os cabelos do filho, Jungkook soltou um suspiro e abraçou a mulher.

— Eu não sei... — sentiu sua voz tremer e parou de falar, ergueu a cabeça encarando a mãe e suspirou.— Eu não queria te decepcionar, eu...— seu olhar caiu sobre suas mãos enquanto lágrimas grossas começavam a molhar suas bochechas. Jungkook sentiu as mãos da mãe limparem suas lágrimas com cuidado.

— Você não vai me decepcionar, nunca, eu amo você meu filho, não importa o que aconteça, eu estou aqui para ser o seu apoio, sempre.— o moreno assentiu levemente, fungando baixo e limpando o rosto, Jungkook ergueu o olhar para a mãe e suspirou.

— Eu estou tão confuso omma... Estou com tanto medo...

— Me fale o que está acontecendo

— Eu não queria mas... Eu me apaixonei por ele, eu não sei como aconteceu, mas quando eu me dei conta eu já estava apaixonado, eu posso estragar tudo, eu sei, mas eu não consigo evitar, é mais forte.— Jeon sentiu as mãos da mãe segurando as suas próprias e fazendo um carinho singelo.

— Você pode me explicar melhor? Desde o começo? Só assim eu vou poder tentar ajudar, querido. — Jungkook assentiu.

— A clínica... Lá é incrível, é tudo muito bonito e o Jin hyung faz um trabalho extraordinário.— sorriu.— Eu estou amando essa área e eu sei que é o que eu realmente quero para minha vida, sabe? — a mulher assentiu com um sorriso e Jungkook novamente desviou o olhar.— mas então eu o conheci... — o moreno soltou um longo suspiro.— Ele... ele é tão doce, omma... Tudo nele é incrível, ele é engraçado, ele é doce, ele só precisa de alguém que o ame sem medo, sem preconceitos, se você o conhecesse.... ele...

— Ele é um paciente? — Jungkook ergureu o olhar para a mulher a sua frente, sentindo mais lágrimas se formarem enquanto ele assentia com a cabeça.— Você está apaixonado por um paciente?

— Eu... eu não tive intenção, eu tentei ignorar mas... e-eu...— sem dizer mais nada, a mulher puxou o mais novo para seus braços novamente, o mantendo em um abraço confortante. Sentindo em seguida o filho desabar em lágrimas

Sohyun segurou cuidadosamente o rosto do filho, limpou sua lágrimas e sorriu de forma doce.

— Preste atenção no que vou te dizer, está bem? — assentiu. — Você nunca me decepcionaria por se apaixonar, independente de por quem ou como, isso jamais será motivo decepção para mim, querido. Jungkook, ver e saber que você está feliz é tudo o que importa para mim, não por quem você se apaixona.— ela sorriu e continuou.  Nossa ética nos diz para sermos robôs, diz que temos que ser "profissionais" que não podemos misturar sentimentos e que temos que ser sempre imparcial, não ter vínculos com os pacientes, mas sabe qual o problema nisso? Somos humanos, não tem uma formula de controlar o que sentimos, ter vínculos com paciente nos torna humanos, nos faz ter empatia, então querido, não se martirize por ter sentimentos, essas coisas acontecem, é claro que o certo é tentar evitar, mas me diz, quem consegue evitar os sentimentos? Não existe uma formula para isso, e se eu te contar o tanto de médicos que se envolvem com os pacientes, é surreal, porque ninguém controla o que sente! Não é o certo, claro que não, sabemos, mas não se pode controlar o que sente. — Sohyun ajeitou os cabelos do filho, ficando com um semblante sereno.— Mas agora, eu preciso que me diga, qual o estado que ele está? A gravidade e qual doença ele tem?