Eu desembarco do meu navio em um porto, com várias pessoas em volta com agasalhos de pelo de Cão-Urso-Polar.
- Identificação, por favor. - Diz um guarda se aproximando.
Eu tiro do bolso do casaco uma carta de comerciante de peixes.
- Tudo bem, pode passar com a mercadoria. - Responde o guarda.
É retirado do navio dois baús com muitos peixes. Eu vou até a feira da vila, avisto uma loja e vejo uma oportunidade de vender minha mercadoria. Chegando lá eu vejo um homem bem vestido e logo deduzo que ele seria o dono da loja.
- Boa tarde, senhor. Gostaria de saber se o senhor está interessado em comprar dois barris com peixes frescos.
- Olá jovem mercador, estou sim. Ultimamente as vendas andam meio fracas e meu estoque de peixe está quase acabando. - Disse o senhor.
- E por quanto o Senhor está disposto a me pagar? - Pergunto.
- Estou disposto a pagar cinco moedas de ouro.
- Vamos fazer assim então, você compra os barris de peixes por três moedas de ouro. – Proponho.
- Mas todos esses peixes por apenas três moedas de ouro? Você está louco! - Fala o senhor com uma cara de espanto.
- O senhor disse que as vendas estão difíceis e você deve ter família para sustentar. Estou disposto a receber apenas três moedas. - Eu respondo, dando um sorriso.
- Nossa, não sei nem o que dizer para você... Muito obrigado. Se você tiver mais mercadoria amanhã, é só passar por aqui e você irá receber um desconto por hoje. É difícil ver pessoas de coração quente em um lugar tão frio. – Ele diz, cheio de gratidão.
Eu fico um pouco tenso, mas quando vejo o sorriso do senhor, me animo e volto a postura natural.
- Muito obrigado por comprar meus peixes. Vou procurar um lugar para ficar e se precisar comprar algo, já sei onde procurar.
Saindo da loja eu compro umas frutas e algumas carnes e vou atrás de um lugar para ficar. Vejo uma menina fugindo de dois guardas por roubar frutas, eu até penso em ir embora, mas acabo me colocando no lugar dela e logo penso em acompanhar de longe.
- Oh, merda de consciência. - Digo em minha mente.
Eles correm até um beco sem saída. Consigo subir em uma loja para ver de um ângulo melhor. Ouço um dos guardas segurando a menina.
- Sabe o que fazemos com ladrões por aqui?
Vejo um dos guardas arriando sua calca e grito:
- Larga ela!
Dou um salto e um soco direto na mandíbula de um dos guardas. O guarda que estava segurando a menina lhe solta e vem para cima de mim, mas logo a menina começa a dobrar a água com a neve e lança o guarda contra a parede fazendo ele bater a cabeça. Com os dois guardas nocauteados, pergunto para ela:
- Está tudo bem?
- Estou com a perna machucada, mas dá para sobreviver... Por que você me ajudou? - Pergunta a garota.
- Não consigo ficar parado quando vejo uma coisa dessas acontecer, e eu já estive no se... - Eu respondo, mas ela me interrompe.
- Tá bom, muito obrigada pela ajuda, mas tenho que ir para casa levar comida para meus pais.
Ela tenta caminhar, mas logo cai no chão com uma cara de dor e fica toda suja de neve e lixo que estava no chão daquele beco.
- Você não tem condições de andar, deixe-me ver sua perna. – Ofereço ajuda.
- Não foi nada, eu só tropecei.
Ela tenta se levantar, mas logo quando força a perna ela cai de novo.
- Tem certeza de que isso foi só um tropeço? – Questiono.
Você é médico por acaso? - Ela me pergunta, um pouco incomodada com minha insistência.
- Não, mas só quero dar uma olhada para ver como está. Eu posso dar uma olhada, por favor? – Insisto, pois acho que não consegue andar mesmo.
Ela me deixa ver a sua perna e vejo que está muito inchada o peito do seu pé.
- Você não vai conseguir andar com o pé nesse estado. – Explico.
- Eu aguento. – Ela responde, orgulhosa.
- Você não vai conseguir sair daqui, nem consegue dar um passo ou pior, nem se levantar. Até você conseguir se levantar aqueles guardas já vão ter acordado e você não vai sair desse beco. Deus sabe o que eles farão até te levar para a prisão. Deixe-me te ajudar!
Ela fica meio pensativa, analisando as possibilidades de ela sair dali antes que os guardas acordem, ela olha para seu pé inchado, olha para mim e fala:
- Tá, mas como você vai me levar até em casa? Vai me carregar?
- Exatamente, onde você mora? – Prontamente me coloco a disposição.
- Eu moro um pouco longe daqui.
- Tudo bem. Vai me mostrando o caminho.
Coloco o braço dela em volta do meu pescoço e com as compras na outra mão eu vou seguindo o caminho que ela vai me passando, até que chegamos em um lugar meio afastado do comércio e avistamos a casa dela. Chegando lá, vejo que é uma casa simples, bem diferente de onde eu morava. Ao entrar em sua casa, uma senhora de idade se assusta e me questiona:
- Coloque ela na cama, rápido! O que aconteceu com ela? Quem é você?
A senhora traz um balde com água e começa a usar a dobra de água para curar a perna da garota. A garota é bela, com seus 20 anos, dos cabelos pretos, olhos castanhos e a sua pele branca como a neve que cai na região da tribo da água do sul. A senhora tem os cabelos brancos, olhos verdes, rugas e pele morena. Eu respondo a senhora enquanto olho para a garota dormindo após passar a dor de sua perna.
- Eu sou um comerciante de peixes e estava fazendo compras. Daí a vi fugindo de dois guardas, ela foi levada para um beco e eles iriam fazer coisas desagradáveis com ela e eu a ajudei, mas ela também sabe se defende muito bem, só estava na desvantagem.
- Muito obrigada por ajudar a minha neta. – Diz a senhora, com lágrimas escorrendo em seu rosto.
- Não foi nada. Eu ajudaria qualquer um na situação dela, mas que bom que não foi nada mais grave. - Eu falo para a senhora enquanto a olho curando a perna da garota.
A avó termina de curar a perna da garota e depois ela curou um pouco a minha mão, pois estava com um machucado bem pequeno devido ao soco que dei no guarda.
- Como posso recompensa-lo por ajudar a minha neta? - Pergunta a avó da garota.
- Com nada senhora, eu só a ajudei.
- Posso fazer pelo menos um chá para recompensa-lo por ajudar minha neta? – Ela insiste.
- Deixa que eu faço o chá. A senhora já me ajudou com a minha mão. - Eu falo para a Senhora
A senhora concorda e eu faço um chá e cozinho com as coisas que comprei no mercado. Fico esperando a garota acordar conversando com sua Avó e tomando um belo chá com uma comida quente.
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Avatar e Lenda Nunca Contada - Livro 1 Água
FanfictionÁgua, Terra, Fogo e Ar Há muito tempo, as nações viviam em paz e harmonia E aí tudo mudou quando o Avatar reencarnou Só o Avatar domina os quatro elementos e pode impedi-los Mas quando o mundo estava em completa paz ele a destruiu Estou atrás de pe...