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POV Autora





— Bom dia, Mestra! — Chaeyoung deseja sorrindo enquanto Kim permanece séria, mas acena educadamente.

— Antes do treino, vamos comprar pães. — informa indo em direção ao portão da frente, Park dá uma corridinha e para ao lado da morena.

— Quer? Comprei antes de vim. - abre a mão mostrando algumas balinhas, Kim cogita negar mas acaba aceitando uma — Sabe... Você é legal.

— Eu não fiz nada, porque chegou a essa conclusão? — pergunta após descascar o doce e enfiar na boca.

— Embora seja fechada e bruta, é uma pessoa com bom coração. Desde que me conheceu, só me ajudou. — sorri contente enquanto caminha.

— Tudo tem um preço. — contradiz avistando a pequena barraca de pães fresquinhos — Nada é de graça.

— Então eu tenho uma enorme dívida, porque a senhora salvou minha vida e eu não tenho uma quantia suficiente para ao menos valer como um obrigada. — confessa andando entre pulinhos, feito uma criança ao ver de Kim.

— Fale menos, já está de bom tamanho. — responde curta e Chaeyoung obedece ficando em silêncio enquanto param perto dos pães — 4 pães tradicionais e 2 recheados com Anko.

— Aqui está senhorita, Kim. — o rapaz entrega e faz uma reverência após receber o pagamento.




Kim volta pelo mesmo caminho que tomou, Chaeyoung acompanha ainda calada, o que surpreendeu muito a morena que não esperava tal ato. Park mesmo em silêncio reparou tudo a sua volta e percebeu duas crianças brincando, sujas de barro em frente a uma casa, enquanto uma mulher lava roupa também do lado de fora. Com receio pega o saco de pães e segura um tradicional, partindo em dois e estendendo para as crianças, essas que aceitam alegres e a mulher acena agradecendo pelo carinho.



— Porque fez isso? — Kim pergunta confusa voltando a caminhar e a pegar o saco de pães das mãos de Chaeyoung.

— A moça aparenta ser a mãe, da para ver que ela está cansada e cheia de coisas para fazer, as crianças brincando aparentam entender a situação da mãe, então não a incomoda pedindo algo para comer. — começa baixo — Elas ainda não comeram, a mãe está agitada para terminar tudo o mais rápido possível para fazer a comida, eu apenas acalentei seus estômagos para ela não se esforçar mais do que já se esforça.

— Observadora... Isso é bom. — Kim murmura fazendo a de cabelos platinados sorrir pelo aparentemente elogio, o primeiro.

— Sabe... Você me disse que seu nome é Jisoo, certo? — pergunta sem medo da reação da morena, a mesma respira fundo assentindo — Se não pode te chamar de Jisoo, pode ser Jichu, certo?

— Não. — responde curta abrindo o portão de madeira, Chaeyoung fecha assim que adentra e quase grita ao ver o gatinho.

— Oh, meu Deus! É seu? — pergunta alegre indo até o pequeno e o pegando no colo, amassa ele de todas as formas e o mesmo se quer reclama — Como se chama?

— Gato. — responde subindo a pequena escada para entrar na casa, Park faz expressão de tédio e adentra a casa também — Quer pão?

— É a mesma coisa que perguntar se macaco quer banana. — se senta rapidamente à mesa colocando o bichano na cadeira ao lado — Obrigada. O nome dele pode ser luvinha, olha as patinhas brancas e o resto acima preto.

— Você é péssima para nomes. — debocha ainda séria enquanto se serve do pão recheado também — Ainda acho que gato é melhor.

— Não é não. — contradiz deixando o bichano em seu colo e pegando o pão servido — O que vamos treinar hoje?

— Equilíbrio. — responde comendo o pão em seguida, fica em silêncio completo enquanto come, Chaeyoung pega um pedacinho do miolo e da para o gatinho comer.

— Você sempre viveu sozinha? Depois de...— não termina encarando Kim, que suspira assentindo — Como consegue? Sempre está sozinha e vive dentro de casa. Não se sente sozinha?

— O sozinha me deixa bem. — responde se levantando e indo tomar um pouco de água — Sozinha eu não amo e nem me preocupo com ninguém.

— Você não ama, ou sei lá, não gosta de ninguém mesmo? — pergunta incrédula recebendo a afirmação da morena — Você já matou muitas pessoas?

— Mais do que possa contar... — encara Park, essa que engole em seco retribuindo o olhar — Então pare de fazer perguntas, você aprendeu coisas boas que ensinei, seria um desperdício ter que quebrar seu pescoço.

— Você não faria isso... Ai! Okay, você faria! — resmunga dolorida tendo a morena atrás de seu corpo com uma mão pronta para quebrar seu pescoço — Solta...

— Nunca duvide de mim! — manda soltando bruscamente saindo da cozinha, Chaeyoung tosse se recompondo.

— Ela é um brutamonte, sabia?. — pergunta para o bichano, esse que mia parecendo concordar. Kim grita por ela grosseiramente — E é uma cavala as vezes.





Se retira da cozinha indo para o quintal, franze a testa vendo duas pilhas de madeira grande e retangular, Kim separa em dois montinhos e manda ela ficar de pernas abertas por cima dos troncos. Assim ela faz, ficando da forma que ela pediu e resmunga baixo quando a vê com três potinhos de pequenas plantas com elas dentro.




— Um na cabeça e dois nas mãos. Se derrubar, vai apanhar porque são minhas plantas. — informa se afastando tendo Chaeyoung imobilizada tentando não derrubar.

— Então hoje eu vou apanhar muito porque isso é difícil...- resmunga equilibrando enquanto a morena nega se sentando para tomar um chá — Por quanto tempo?

— Até eu disser que acabou. — responde baixo tomando do chá quente enquanto o gato chega perto — Assista a vergonha...





Indica para o gato, esse que encara Chaeyoung se equilibrando, tendo dificuldades. Bons minutos se passaram, Park já estava com sua testa suada e o meio das coxas doendo por estarem bruscamente aberta, e o meio em vão, sem absolutamente nada apoiando. A de cabelos platinados geme de dor pressionando os lábios para arranjar força de onde não tem para aguentar, enquanto Kim encara as montanhas atrás da casa, sua atenção é chamada quando escuta um barulho alto, quase ri quando vê Chaeyoung de cara no chão, literalmente enquanto segura os três vasos pequenos de plantas nas mãos, os protegendo.




— Não quebrei nenhum, não vou apanhar, veja! — diz em alerta mostrando os potinhos completamente inteiros.

— Mas quebrou a testa! — avisa segurando o queixo delicado da de cabelos brancos virando o rosto levemente para o lado.

— Mas estão inteiros. — indica as plantas arrancando uma leve risada de Kim — Você riu!? Oh meu Deus, você riu!

— Vamos limpar isso. — chama andando para dentro, Park obedece indo atrás sentindo o canto da sua sombrancelha dolorido.





A morena adentra seu quarto mas volta quando vê Chaeyoung fazer menção de entrar. Entendendo, ela volta para trás e se senta á mesa esperando a outra voltar, e quando isso acontece, sorri mas logo esse morre ao ver o kit de primeiros socorros. A de cabelos platinados faz menção de levantar se negando mas Kim a segura já preparando a agulha para os pontos. Aplica anestésico com cuidado tendo a mais nova choramingando, inicia os pontos e suspira agradecendo por ser somente três. Uma garota tão jovem, tola, simpática e bondosa demais, deveria estar longe de alguém tão cruel, mas o pior é que... Afastar a garota, parece ser a missão mais difícil que já enfrentou.

A Love In Martial Arts-ChaesooOnde histórias criam vida. Descubra agora