capitulo 3

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Eles chegaram às margens do lago, onde Jim já os aguardava para guiá-los até a casa. Todos entraram no barco, exceto Tim, que hesitou por um momento, sentindo um frio na barriga ao olhar para a vastidão da água. Contudo, vencendo o medo, ele entrou e tomou seu lugar no barco.

Jim, olhou desdenhoso para a hesitação de Tim, mas com um sorriso cínico no rosto.

- Ah, eles finalmente chegaram...

Enquanto navegavam, Jim notou a feição de preocupação e enjôo de Charlie, que segurava fortemente parte do colete.

- Ah, receio que a vastidão da água o perturbe? Como é típico de almas menos acostumadas a ambientes... desafiadores

Tim não conseguiu conter sua curiosidade e começou a bombardear Jim com perguntas sobre a casa e o que fariam lá. Jim, paciente, respondia com respostas curtas, sem revelar muitos detalhes. Enquanto isso, Jason estava ocupado filmando o caminho todo, às vezes mergulhando a câmera na água, aproveitando que era à prova d'água. Peter, por outro lado, estava visivelmente nervoso, embora tentasse manter a compostura, o que acabou divertindo os outros.

Após alguns minutos de navegação, o grupo finalmente chegou à ilha.

- Bem-vindos ao meu domínio.

- Que casa linda! - disse Elizabeth.

- Sim, ela é impressionante, não é? Um verdadeiro símbolo da perfeição arquitetônica... algo, creio, que poucos de vocês compreenderiam em toda sua profundidade.

A visão da casa diante deles foi impressionante, a construção minimalista, com uma arquitetura moderna que parece se fundir com o ambiente natural ao redor. Erguida em uma ilha isolada, cercada por uma vegetação espessa e um lago cujas águas refletem as nuvens densas e o sol fraco, a casa exala uma atmosfera de abandono silencioso. A estrutura externa, feita de concreto e vidro, é simples e fria, oferecendo pouco conforto visual. Apesar do design arrojado, há uma sensação de impermanência, como se aquele local tivesse sido projetado para uma função específica.

O silêncio ao redor é perturbador, interrompido apenas pelo som suave das ondas batendo nas margens e pelo vento que parece sempre estar presente, trazendo consigo uma sensação de que algo está fora de lugar.

A fachada frontal da casa é dominada por janelas que cobrem quase toda a altura da estrutura. Do lado de dentro, a sala de estar é vasta e aberta, com pé-direito alto e paredes brancas, reforçando a sensação de isolamento. O piso de concreto polido reflete a luz natural que entra pelas grandes janelas, criando um ambiente que, embora iluminado, nunca parece verdadeiramente acolhedor. As grandes janelas de vidro que vão do chão ao teto, oferecem uma vista panorâmica do lago ao redor, com as águas cinzentas e imóveis do lago, dando à casa uma sensação de calma e tranquilidade.
A mobília, enquanto moderna, está gasta pelo tempo: um sofá de couro preto com sinais de uso e no canto, uma lareira de pedra com uma chaminé que se estende até o teto, mas que raramente é acesa. Apesar de sua presença imponente, ela nunca consegue aquecer o ambiente, tornando-se mais uma peça decorativa do que uma fonte de conforto.
Há uma televisão enorme na parede da sala, quase como um monitor.

A área de estar e a cozinha são conectadas, sem paredes divisórias, formando um espaço contínuo. A cozinha possui uma bancada de mármore escura e fria, cercada por armários de madeira polida. Contudo, assim como o resto da casa, parece haver um contraste entre o luxo aparente e a funcionalidade limitada: o fogão é pouco usado, e a despensa é abastecida apenas com pacotes racionados. Um detalhe peculiar se destaca na cozinha - um telefone vermelho antigo está fixado na parede ao lado da geladeira. É um telefone de discar, com um ar vintage, que parece não pertencer àquele lugar.

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