Os três dias sem luz, sem água potável e com apenas pequenas porções de chili de macarrão foram devastadores para o grupo. O racionamento rigoroso da comida os deixou fracos e irritáveis. A água do lago se tornou a única opção para beber e se lavar, mas a necessidade de fervê-la em uma fogueira improvisada aumentava à exaustão. A privação de alimentos começou a corroer a moral, enquanto o calor escaldante durante o dia e o frio da noite os deixavam cada vez mais desgastados.
Primeiro Dia
No primeiro dia, após o último almoço, o grupo decidiu pegar água do lago. Charlie e Tim trouxeram baldes cheios, enquanto Elizabeth tentava filtrar a água com panos rasgados e um sistema improvisado de pedras e carvão. A água era turva e suspeita, mas não havia outra escolha.
Katy, exausta, colocou as mãos na cabeça e se sentou à beira do lago.
- Isso não pode continuar assim. Se a gente não achar mais comida ou água de verdade, vamos morrer aqui - disse ela, sua voz rouca pela falta de hidratação.
Charlie, sempre na defensiva, resmungou enquanto mexia a água fervida na fogueira.
- E o que você sugere, Katy? Que a gente beba isso e torça pra não pegar uma infecção?
Katy não respondeu, mas o olhar abatido dela falava por si. O grupo estava à beira do colapso.
Segundo Dia
O segundo dia começou com uma inquietação crescente. A última refeição foi o almoço, e todos sabiam que aquilo não seria suficiente para sustentá-los. As discussões começaram a surgir conforme a fome se tornava mais forte, e as tensões aumentaram.
Katy, sem forças para discutir, passou a maior parte do tempo ao lado de Peter, esperando que ele desse algum sinal de melhora.
Ao cair da noite, Tim se aproximou de Charlie que se encontrava em frente a uma fogueira improvisada próximo a árvore que havia na costa, ao lado da entrada do cais da ilha. Ele estava com seu violão e novamente Tim notou algo branco na entrada de seu nariz.
- Isso faz parte do teste - ele disse - Eles estão esperando a gente quebrar.
Tim olhou para ele, intrigado, mas cansado demais para responder. Todos estavam no limite da resistência. Aquela noite foi longa e fria. O grupo teve que se cobrir com o pouco que tinham, e a água do lago, ainda que fervida, não era suficiente para aliviar o desconforto da fome.
Terceiro Dia
O terceiro dia foi um ponto de virada. Com todos visivelmente mais fracos, as poucas interações entre o grupo eram tensas. Isabelle começou a perder as esperanças, acreditando que Peter talvez nunca acordasse. Elizabeth tentou manter a moral, mas estava difícil convencer os outros de que algo bom ainda poderia acontecer.
A água do lago, que haviam fervido com tanto cuidado nos dias anteriores, agora era bebida sem tanto cuidado. Tim e Charlie mergulhavam diretamente no lago para se refrescar, e o restante fazia o mesmo, sem pensar nas consequências.
Foi nesse ponto que Peter começou a se mexer. Quando abriu os olhos, Katy deu um grito pelo seu nome.
- Peter! - Katy arfou, aliviada, enquanto os outros se aproximavam rapidamente.
Ele piscou, confuso, tentando focar nos rostos à sua volta.
- O que... o que aconteceu? - murmurou com voz fraca, tentando se sentar.
Sua feição era pálida, seu cabelo suado grudado na testa e sua boca seca.
- Você estava inconsciente há três dias - disse Katy, sua mão segurando a dele com firmeza. - Estávamos preocupados.
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Sharks Island
Science FictionEm uma remota e isolada casa no lago, oito estranhos são reunidos para um experimento científico que promete revolucionar o mundo da medicina. A pesquisa envolve tubarões dos mais diversos, geneticamente modificados, pois seu DNA revelou mutações qu...