Sharks Island

Capítulo 18

Peter estava em péssimas condições. O ferimento em sua perna parecia ter piorado, e a febre que tomava conta de seu corpo estava se intensificando. A pele ao redor da ferida estava inflamada e com um tom avermelhado, indicando uma infecção que poderia ser fatal se não fosse tratada a tempo. Katy estava lutando para manter a pressão sobre o ferimento, enquanto tentava estabilizar sua condição com o que tinham à disposição, mas os recursos eram limitados e a situação estava se tornando desesperadora.

Isabelle observava a cena com uma crescente sensação de urgência e frustração. As opções estavam se esgotando e a ajuda estava cada vez mais distante. A sala estava silenciosa, exceto pelos sons de Peter lutando contra a dor e pelo murmúrio constante de Katy. Com uma determinação crescente, Isabelle sentiu que precisava fazer algo mais para ajudar.

Ao andar pela casa, seu olhar se fixou na porta do cômodo proibido, que sempre esteve trancada e guardada com sigilo. A curiosidade e a necessidade de encontrar algo que pudesse ser útil a Peter eram maiores do que qualquer receio. A porta estava trancada, mas a necessidade de salvar Peter a empurrou para agir. Com um suspiro profundo, Isabelle combinou sua força e frustração, para arrombar a porta, que se abriu com um estrondo.

Assim que Isabelle arrombou a porta, foi recebida por um ambiente que contrastava com a austeridade e o desconforto dos outros espaços. O quarto era espaçoso, com paredes revestidas de madeira escura, criando uma atmosfera pesada e opressiva. Havia uma única janela, coberta por grossas cortinas vermelhas, que bloqueavam a luz do exterior, mergulhando o ambiente em penumbra.

No canto oposto a porta, havia uma escrivaninha pesada e feita de madeira maciça e escura, com um design robusto e imponente. Sobre ela, uma série de papéis desordenados estava espalhada, misturada com cadernos de anotações e relatórios detalhados, todos contendo informações sobre o experimento e os participantes. No meio da mesa, reluzia um revólver Colt Python 357 de cano de seis polegadas, uma arma imponente que parecia ter sido deixada ali propositalmente. Isabelle então pegou aquela arma, abriu o tambor e viu que havia seis munições. Ela então guardou dentro de seu short jeans, na parte de trás de sua cintura, cobrindo-o com sua blusa.

O ar no quarto era denso, carregado com um leve odor de mofo e poeira, como se o espaço fosse raramente arejado. A sensação de isolamento era quase tangível, reforçada pelo silêncio absoluto que preenchia o ambiente. Ao examinar mais de perto, Isabelle percebeu que a escrivaninha tinha um detalhe incomum: um painel de madeira levemente desalinhado ao lado, quase imperceptível a olho nu. Com um esforço, ela conseguiu abrir o painel, revelando uma pequena porta oculta que levava a um depósito discreto. Dentro do depósito, uma pequena despensa estava organizada com precisão, contendo medicamentos, garrafas de soro, isotônicos e barras de cereais. Tudo o que eles precisavam para tratar Peter e talvez garantir a sobrevivência do grupo.

Com um suspiro de alívio misturado com a urgência, Isabelle rapidamente começou a coletar os suprimentos. Sabia que o tempo era crucial, e cada segundo que passava poderia significar a diferença entre a vida e a morte para Peter. Ela carregou os medicamentos de volta para o cômodo onde Katy e os outros estavam, determinada a fazer o que fosse necessário para salvar seu amigo e garantir a sobrevivência do grupo.

Isabelle voltou ao cômodo onde Katy estava com Peter, carregando uma caixa cheia de medicamentos e suprimentos encontrados. A expressão de Katy se iluminou ao ver os itens, e um brilho de esperança renasceu em seus olhos.

- Isso pode ser exatamente o que precisávamos - disse Isabelle, colocando a caixa ao lado de Peter.

Katy imediatamente começou a organizar os medicamentos. O soro foi administrado com cuidado, enquanto ela preparava uma dose de antibióticos. Com cada movimento preciso e experiente, Katy fazia o possível para estabilizar Peter e manter sua condição sob controle.