Já se faziam aproximadamente treze dias desde que o experimento havia sido iniciado. O grupo, composto por estudantes universitários que, no início, mal se conheciam, agora compartilhavam uma profunda ligação permeada por exaustão e medo. O ambiente, que outrora parecia simples e descomplicado, havia se transformado em um pesadelo. O cansaço acumulado após sucessivas atividades traumáticas desgastava a mente e o corpo de todos, enquanto a constante
A tensão se tornou ainda maior com a presença de Ethan. Desde que ele revelou seu "coringa", um cartão que lhe concedia certos privilégios dentro do experimento, o grupo estava em alerta. Eles não sabiam como ou quando Ethan usaria essa vantagem, mas o que restava claro era que a escolha que ele faria afetaria diretamente um dos integrantes.
O telefone vermelho na cozinha tocou, o toque estridente quebrando o silêncio desconfortável. O grupo, hesitante, se reuniu ao redor do aparelho. Peter, que sempre se sentia relutante em agir como líder, trocou um olhar com Isabelle, que acenou levemente com a cabeça. Peter pegou o telefone, o coração acelerado.
A voz do outro lado da linha era fria e metódica, como sempre.
— A próxima atividade requer a escolha de um participante para o "Aquário". O cartão coringa pertence a Peter e Ethan, os participantes da última atividade. E como tal, ambos possuem os mesmos benefícios. Dito isso, cada um de vocês dois, terão que escolher duas pessoas para a atividade, onde na qual vocês terão direito a um veto cada.
Eles se entreolharam confusos.
Ethan foi o primeiro a romper o silêncio. Ele observou calmamente cada um dos integrantes, seus olhos passando de rosto em rosto, antes de parar em Elizabeth.
— Eu escolho... Elizabeth.
O choque no rosto da garota foi imediato.
— O que? — Ela mal conseguia processar a escolha. — Isso é algum tipo de brincadeira? Por que eu?
— Você ouviu bem. Eu escolhi você — respondeu Ethan, sua voz fria e sem emoção
Os outros observavam a cena em silêncio. Peter, por outro lado, sentia uma tensão crescente. Ele nutria sentimentos por Elizabeth e agora, diante da escolha de Ethan, sua mente estava em um turbilhão. Ele sabia que decisões impulsivas baseadas em emoções seriam a receita para o fracasso. "Não posso deixar isso me afetar", ele repetia mentalmente. Sabia também que aquilo fazia parte do experimento. Ele e Ethan estavam jogando um xadrez mental, onde ele tinha que escolher cuidadosamente qual peça mover.
— Sua vez, Peter — disse Ethan, como se estivesse o provocando.
Peter respirou fundo e olhou para o grupo. Ele precisava fazer uma escolha cuidadosa, estratégica.
— Eu escolho Isabelle.
— Peter? — questionou Isabelle, surpresa com a escolha.
— Confia — ele respondeu, olhando diretamente para Ethan, seus olhos desafiadores. Ele sabia que Ethan estava jogando com as emoções dele, mas Peter se recusava a ceder à pressão.
— Confia — respondeu ele de braços cruzados olhando para Ethan.
Todos olharam para Ethan, que permanecia estranhamente calmo. Ele sabia que esse momento chegaria e parecia estar preparado. O grupo, por outro lado, mal conseguia esconder o desconforto e o medo. Ninguém queria ser o escolhido.
E então, Ethan fez sua próxima escolha, sua voz firme e decisiva.
— Eu escolho... Charlie.
O impacto da escolha foi imediato. Charlie, que estava encostado na parede, olhou para Peter com um olhar de desespero. O medo começou a tomar conta de seu corpo.
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Sharks Island
Science FictionEm uma remota e isolada casa no lago, oito estranhos são reunidos para um experimento científico que promete revolucionar o mundo da medicina. A pesquisa envolve tubarões dos mais diversos, geneticamente modificados, pois seu DNA revelou mutações qu...