capitulo 8

23 1 1
                                    

O sol estava começando a se pôr e a escuridão começava a tomar conta. A atmosfera na ilha era opressiva, com a sombra crescente das árvores e a inquietação deixada pela busca do dia anterior. Peter, Elizabeth e Isabelle estavam exaustos, suas roupas sujas e suadas, evidenciando o esforço de horas de procura. A caixa que encontraram estava cheia de itens que pareciam básicos, mas Peter sentia que havia algo mais por trás da escolha desses objetos.

— O que acha que esses itens vão nos ajudar? — perguntou Elizabeth, olhando para a caixa com uma expressão de dúvida.

Peter examinou o conteúdo novamente, tentando encontrar alguma pista.

— Não sei, mas parece que eles querem que usemos isso de alguma forma. Talvez o sinalizador e os rádios sejam para comunicação em caso de emergência. O kit de primeiros socorros é autoexplicativo, e a lanterna pode ser útil, já que a escuridão está se aproximando.

Isabelle pegou uma das lanternas e a ligou, iluminando o entorno com uma luz fraca.

— E o apito? — ela perguntou. — O que diabos deveríamos fazer com um apito?

Peter hesitou antes de responder.

— Não tenho certeza. Pode ser que seja para chamar ajuda ou sinalizar algo. E o cantil de água é autoexplicativo.

Elizabeth olhou para o horizonte, onde o céu começava a escurecer.

— Precisamos voltar para a casa antes que fique totalmente escuro.

Os três começaram a caminhar de volta para a casa, a escuridão se aproximando rapidamente e a ansiedade crescendo a cada passo. A ideia de passar a noite na casa sem energia e com um mistério pairando sobre eles era cada vez mais desconfortável.

Ao chegarem, encontraram Tim em estado de choque e Charlie ao lado dele com lágrimas nos olhos. Charlie estava claramente abalado, enquanto Tim parecia paralisado, com a expressão distendida e o olhar fixo no vazio.

— O que aconteceu? — perguntou Peter, com a voz cheia de preocupação enquanto Elizabeth se aproximava.

Charlie, com a voz embargada e o rosto pálido, finalmente conseguiu falar.

— Eu... eu contei a verdade para o Tim. Sobre o Jason. Sobre o que realmente aconteceu.

— O que aconteceu? — perguntou Peter, com a voz cheia de preocupação enquanto Elizabeth se aproximava.

Isabelle, percebendo a tensão e o desconforto no ar, avançou em direção a Charlie, que estava visivelmente abalado. — Charlie, o que aconteceu? — ela exigiu, com um tom firme e uma expressão decidida. — Por que Tim está assim? O que aconteceu com Jason?! — perguntou ela segurando Charlie pela gola de sua camisa.

Charlie tentou evitar o olhar de Isabelle, enxugando as lágrimas com a manga da camisa.

— Eu... eu contei a verdade sobre o Jason — respondeu ele, com a voz embargada. — eu precisava dizer a alguém... Sobre o afogamento... Sobre o que realmente aconteceu...

Isabelle cruzou os braços e fixou o olhar em Charlie, esperando mais detalhes. 

— E o que exatamente aconteceu?

Tim, ainda atônito, olhou para Isabelle e os outros com uma expressão de tristeza e choque.

— Charlie me contou tudo. Sobre como o Jason morreu e como... a mentira começou. Não foi um afogamento acidental.

— Como assim? — exclamou Isabelle. — Mas Charlie, você nos disse que ele morreu tentando pegar a caixa!

Charlie estava em pânico, a culpa crescendo dentro dele. — Eu sei, mas não é verdade. Ele não morreu afogado... foi um tubarão que o atacou.

Sharks IslandOnde histórias criam vida. Descubra agora