capitulo 7

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Na manhã seguinte à morte de Jason, a atmosfera na casa estava ainda mais pesada. O choque da tragédia pairava sobre todos, e a mentira de Charlie sobre o afogamento apenas intensificava a sensação de que algo estava profundamente errado. Durante a noite, um intenso temporal se abateu sobre a ilha, com ventos fortes e chuvas torrenciais que atingiram a região.

A combinação de chuvas pesadas e vento forte causou uma falha significativa no sistema elétrico da casa. A chuva acumulada nos cabos de energia externos e a umidade elevada provocaram curtos-circuitos, enquanto os ventos fortes danificaram as estruturas de suporte dos geradores, levando à sua desativação. Esses fatores combinados resultaram na interrupção total da energia elétrica, deixando a casa mergulhada em escuridão e aumentando ainda mais a tensão já presente entre os participantes.

O céu estava escuro por conta do clima e também por causa do horário, pois já era tarde. Como o telefone não tocou, acabou que eles dormiram demais. A casa permanecia envolta em uma penumbra opressiva. O ambiente escuro e úmido, combinado com a atmosfera carregada de desespero e incerteza, contribuía para um sentimento de crescente inquietação entre os participantes.

Quando Peter chegou à cozinha, encontrou Elizabeth já desperta, olhando para uma carta sobre a mesa. Ela segurava a folha de papel como se fosse uma bomba prestes a explodir.

— Não tem energia — disse ela em voz baixa, sem tirar os olhos da carta. — E parece que temos uma nova tarefa.

Peter se aproximou e leu o conteúdo da carta junto com ela. O papel dizia:

"Ativar os geradores da casa. Escolham dois membros para completar a tarefa. Lembrem-se, o tempo é limitado."

— Ativar os geradores... — murmurou Peter, sentindo uma onda de desconforto. — E ainda temos que escolher quem vai fazer isso.

Antes que pudesse discutir mais, Charlie entrou na cozinha, visivelmente perturbado. Ele ainda carregava o peso da mentira, e seu rosto pálido refletia a culpa que o consumia.

— O que está acontecendo? — perguntou ele, a voz trêmula.

— A energia acabou. Precisamos ativar os geradores, e só dois de nós podem ir — explicou Peter, mostrando-lhe a carta.

Charlie assentiu lentamente, o medo começando a transparecer em seus olhos.

— E se... e se isso for outra armadilha? — perguntou ele, a voz falhando.

Elizabeth mordeu o lábio, sentindo a tensão no ar.

— Pode ser. Mas não temos escolha. Precisamos decidir quem vai.

Aos poucos, os outros começaram a aparecer na cozinha, atraídos pela ausência de luz e pelo estranho silêncio. Isabelle foi a próxima a entrar, os braços cruzados, os olhos passando de Peter para a carta com curiosidade.

— Qual é a missão da vez? — perguntou ela, tentando manter o tom casual.

— Precisamos ativar os geradores. Só dois de nós podem ir — repetiu Peter, agora com mais firmeza.

Isabelle deu um leve sorriso, um brilho competitivo nos olhos.

— Bem, então eu vou. Não posso deixar vocês sozinhos com uma tarefa dessas. Afinal, alguém precisa garantir que as coisas sejam feitas corretamente.

— Isabelle, talvez você devesse... — começou Elizabeth, mas foi interrompida por Isabelle.

— Não me venha com essa, Elizabeth. Eu dou conta disso. E qualquer um que for comigo só precisa me seguir e não atrapalhar.

Nesse momento, Tim entrou na cozinha, ainda grogue de sono. Ele olhou ao redor, notando a tensão no ar.

— O que está acontecendo? — perguntou, a voz ansiosa.

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