Possibilidades

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Depois de trocar de calçado, eu desci. Marta estava animada conversando com outras mulheres da família, ao me ver, ela olhou de relance e bebericou sua cerveja, eu não vi a sabugo em lugar algum.

Flávio se aproximou de mim me beijando com desejo enquanto agarrava minha cintura, quando nos afastamos, notei que Marta tinha desviado o olhar, e parecia constrangida.

Ele me pegou no colo e saiu correndo em direção a piscina pulando comigo em seus braços, eu correspondi o seu beijo e em seguida briguei com ele por estar agora toda molhada.

Flávio gritou pela mãe pedindo toalhas limpas, e não ouvi o que ela disse, apenas vi que ela entrou. Eu saí da piscina tirando o excesso de água dos meus cabelos, e me virei quando vi Marta aparecer.

— Quer ajuda? — Perguntou ela ao me ver.

— Quero. — Disse.

Flávio pegou uma toalha se secando e entrando para a casa, enquanto Marta me ajudava a descer o zíper emperrado do meu vestido que agora estava todo grudado no corpo.

— Onde está a sua guardiã? — Ela olhou para os meus seios e me ajudou a tirar o vestido enquanto eu cobria-os agora com a toalha.

— Ela não é muito acostumada com álcool, já está dormindo. — Respondeu olhando em direção a casa, se despedindo de alguém que estava indo embora.

— Esse lugar fica muito melhor sem a presença dela. — Concluí.

Ela me olhou nos olhos e sorriu. Não sei quando foi que percebi que eu estava gamada no seu sorriso, olhei em direção a casa e vi que agora estávamos só nós duas ali. Enrolei meu corpo na toalha e entramos, ela trancou as portas a apagou as luzes subindo ao meu lado. Meu coração parecia que ia sair pela boca de tanto nervosismo, eu queria beija-la, tê-la em meus braços novamente, e ela parecia querer o mesmo que eu.

Ouvimos o chuveiro do meu quarto ligado, ela tocou minha nuca e beijou preguiçosamente meus lábios, saindo em direção ao seu quarto.

Eu acordei me sentindo cansada, olhei para fora e vi que provavelmente já se passava das 10h da manhã. Me lembrei dela, e das loucuras que fizemos na noite passada, aparentemente estava sendo quase impossível mantermos a distância necessária.

— Oi, amor. Já estava preocupado. — Flávio se sentou ao meu lado e me beijou. — Tudo bem?

— Sim, que horas são?

— Quase 12h. — Disse mostrando o relógio. — Acordou quase na hora do almoço.

Eu me levantei e tomei um banho, quando desci, vi Marta na cozinha ao lado do cão de guarda, enquanto preparavam o almoço.

— Bom dia, Mel. — Disse Marta sorridente. — O almoço está quase pronto.

— Eu espero. — Respondi colocando um pouco de café na xícara. — Quer ajuda?

— Não, está tudo certo por aqui.

Eu assenti e saí. Me sentei ao lado do Flávio que estava sozinho em um sofá, e me deitei em seu peito, ele acariciou os meus cabelos, enquanto eu refletia essa loucura que eu estava vivendo.

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