Encontros

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Desde que chegamos a essa pousada, que me sinto tão amada por ela, que nem sei como explicar o quanto estou feliz. Claro que nem tudo é perfeito, e assim como aquela chihuahua loira tentou ligar para ela, o dia inteiro Flávio tentou falar comigo, até que ela viu e disse que não se importava que eu o atendesse, mesmo que eu imagine que as coisas não são tão simples assim.

Me parece que Flávio não entendeu, ou está apenas se fazendo de desentendido após eu ter esclarecido as coisas na nossa última chamada de vídeo. Ele fez questão de me ligar para dizer que entrou em contato com as empresas, confirmando o nosso casamento, mas eu deixei claro que ele pode sim se casar, porém a noiva será outra.

Confesso que seu pedido para irmos embora do país me pegou de surpresa, mesmo que eu queira desesperadamente tê-la ao meu lado, não sei se eu queria ir para outro país, gosto daqui. Eu sei que ela quer uma resposta, mas nesse momento eu só quero curtir ao seu lado sem pensar em mais nada.

Eu acordei bem cedo, e vi que ela estava na varanda fumando um cigarro distraída, e com o pensamento longe. Eu me aproximei lentamente e abracei-a pela cintura.

— Bom dia. — Disse. Ela apagou o cigarro se virando para mim.

— Bom dia, por que acordou tão cedo? — Ela beijou a curva do meu pescoço me puxando para o quarto.

— Perdi o sono. E também estou com fome. — Me sentei na cama e olhei para ela. — E você? Não dormiu bem?

— Não muito. — Confessou se aproximando do telefone do quarto fazendo o pedido do nosso café da manhã.

Tomamos café juntas, fizemos amor, e pegamos estrada de volta para casa em seguida, mesmo que eu quisesse nunca mais sair daquele nosso lugar.

Será que é normal a gente ficar tão apaixonada por alguém, que até um ato simples como dirigir nos deixa ainda mais apaixonados? Eu estava admirando-a, de óculos escuros e concentrada enquanto dirigia, ela as vezes deixava aquele sorriso fodidamente sexy escapar, e eu tinha vontade de transar ali mesmo, parando literalmente o trânsito.

Chegamos em casa, e fui organizar algumas coisas, colocar roupa suja na máquina, e preparar tudo para trabalhar no dia seguinte. Marta tinha saído para resolver algumas coisas e não entrou em detalhes, mas acredito que seja com o advogado.

Contei para Vanessa como foi o meu fim de semana enquanto tomávamos café da manhã juntas, em uma cafeteria próximo ao nosso trabalho. A verdade era que apesar dos pesares, eu ainda me sentia insegura em relação ao Flávio, ele queria fingir que nada estava acontecendo, e eu tinha medo que isso se tornasse de alguma forma perigoso.

— Sabe quando ele chega? — Perguntou ela tomando um gole de café quente.

— Não, porém antes dele ir a previsão era de em média dois meses, se nada mudou, ele deve voltar daqui a três semanas.

— Mas você tem atendido ele normalmente? — Questionou interessada.

— Só quando a Marta não está. Na verdade eu nem deveria atender, porém estou tentando evitar maiores problemas. — Confessei frustrada.

As horas pareciam não passar naquela manhã, e eu contava os minutos para estar com ela. Marta costumava me buscar para almoçarmos juntas todos os dias, já que era a cada dia mais incerto quando Flávio voltaria, e eu preferia dormir na minha casa sozinha para evitar que ele voltasse e me visse dormindo fora de casa.

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