Carrego em
meu quente peito
sujeito imprudente
e totalmente frio!
Se eu o pego em
tenebroso jeito,
com o seu ser
escabroso e vil,
deitado e calmo
em meu só leito,
esse triste sujeito
me causa arrepio!
Sentir com
ele sempre dói!
mas às vezes
também alivia
a dor que quanto
me corrói, o furor
que tanto destrói-
me em somente rir,
sem nenhuma alegria!
Ações levianas,
lascivas e/ou vis ―
se penso com ele
me assombra pensar
nessa viva obscura
sombra que há, como
se fossem coisas sutis!
Não me entendo por
maiores que sejam
com amores banais,
tendo em mim tais
seres piores, q'até
mesmo nos pormenores,
acham os sentimentos
tão simples e normais!
Continuar a mentir!
Fingir q'está a sorrir.
Delir. Pôr a mim, fim!
Seguir como segue o
faminto gato no encalço
do rato, o seu instinto?
Descalço, abatido,
indistinto, com esse
ser que eu albergo
e minto, que me traz
uns tantos desgostos,
vergo, sem os meus
mais doces gostos!
Posto que já sem
alguma ventura, creio;
sem nenhuma aventura
de amor, que por temor
receio; sem esperanças,
sem os agrados recreios;
Dado e abnegado à dor,
à temperança, calado
pranteio como criança
com minha amada e
dissipada bonança!
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Chuvas & Noites
PoetryO livro em si fala das tristezas e súbitas alegrias do ser deprimido e ansioso. De uma escrita mais rebuscada e cuidadosa, beirando um ritmo alucinante em algumas de suas poesias, advinda dum estilo próprio que denomino "dinamismo" ― Uma tentativa d...
