Canção do Amor

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Ó donzela fria,
Nas estrelas alumia
Tua luz brilhante
Que me conduz delirante
Ao degredo amor!

Sem medo da dor
Perpasso campinas;
Faço boninas
Figuras na areia:
Criaturas sem veias
Tão cheias de vida!

Enleia-se num lida
Terna e quente;
Consterna a mente
Minha abrasadora!

Rainha! detentora
De beleza, alegria,
Singeleza ― Poesia!

Musa dos míseros,
Os usa feros,
Apaixonados, loucos,
Para agrado de poucos!

Outros insanos?
Noutros planos?
Gentes reais?
Entes espectrais?

Vou pungente chorando,
Inocente chamando
Invocação amorosa:
Canção dolorosa
Sem dolo nenhum!

Enrolo-me em algum
Pensamento distante
Dum Vento inebriante,
E vou compondo!

Voou, se pondo
Em linhas, sólida,
Minha vida
Enganosa de magia ―
Amorosa Poesia!

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