Sangue e Poesia

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Rosa! rubra, fulgurosa, inocente!
Sente sem saber que você sente
Lágrimas a te, docilmente regar;
Vais chorando sem sequer estar!

Nada entente mas pura consola
O peito da mágoa que o desola ―
Cheira-te. Beija-te. Suspira e chora
À alegria que já não mais o aflora!

Espinhos vão passando de leve,
Atravessando pungente a pele.
Vão levando embora a dor
Trazida por um triste torpor!

Rosa rubra, por mão rosa segurada,
Estás já marcada e de rubro banhada.
Taciturno banho tomas, de desgraça,
Mas continua esplêndida a tua graça!

E vai escorrendo essa tinta humana
Por todo lençol alvo da minha cama;
Por todo papel, da dor que verti,
De um dia que, sem querer, senti!

Chuvas & NoitesOnde histórias criam vida. Descubra agora