Lembranças

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Lembro-me de criança a brincar,
A passar as tardes no morro.
Hoje, algumas noites eu corro
Sem meus pés do chão tirar,

Como estivesse querendo alcançar
Um tempo em que já não moro.
E só de lembrar, tímido eu coro
Pelo pudor, em de amor, falar.

Aflora os sentimentos de criança.
A sua ingenuidade, sua timidez,
Sua pureza me dominam de vez,
Trazidas com as boas lembranças.

Fora um tempo de muitas esperanças,
De cicatrizes profundas somente na tez.
Talvez chorasse pelos cantos, mas talvez,
Mas sorria, pois não sabia da temperança.

Entregava-me aos prazeres pueris,
Puro e totalmente, sem moderação.
E vivia contente com meu Coração.
Desejos de criança, singelos e sutis!

Mas é inútil me reter nessas infantis
Lembranças. E toda essa recordação
Provém da minha fértil imaginação.
Mas como, como eu era realmente feliz...

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