Quando o Amor vier, isso se vier,
Esse Amor que sequer o conheço,
A porta minha vier, terno bater,O deixarei entrar se acaso quiser.
Nada pedirei como nada vos peço;
Entrai caso satisfaz em mim, viver.A porta está sempre escancarada,
Mas ofuscada pela dor e tristeza
Sempre a ocultarem minha casa,A obstruírem minha leda entrada.
Achai. Entrai. Sentai-vos à mesa
Luzida de vela caso isto o apraza.Se tarde vieres, cedo não partas!
Descansa teu terno, amoroso Ser.
Fique se for do teu gosto ficar.A casa é simples, cheia de cartas
De amor, que poderás ver e ler ―
Cartas a ti escritas em meu delirar!E se vires que as podem vos servir
Para alguma coisa do teu orgulho,
Tomai-as pra ti, guardai consigo!Rasgai-as se desgostar! Se ferir
Os vossos brios os meus barulhos
Do peito. Ide, deixai-me só comigo!Sozinho ficarei, alegre cantando.
E continuarei ainda escrevendo
Sem guardar qualquer rancor,Pois um dia, sem estar esperando,
Sem esta loucamente querendo,
Recebi a visita do eminente Amor!
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Chuvas & Noites
PoetryO livro em si fala das tristezas e súbitas alegrias do ser deprimido e ansioso. De uma escrita mais rebuscada e cuidadosa, beirando um ritmo alucinante em algumas de suas poesias, advinda dum estilo próprio que denomino "dinamismo" ― Uma tentativa d...