Delírio

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De mim não posso fugir.
Então porque eu fujo?
Desanimado sobrepujo
A Razão para se sentir.

Pensei eu poder sorrir
Com tal lucidez, cujo
Meu ser vil e sujo
Não podia intervir.

Bem sei que enganado,
Que errado eu estava.
Se eu sorri, sonhava
Dormindo ou acordado!

Vou às ruas, desanimado,
Pensando que Eu gostava,
Crendo ser Eu que amava;
Mas tudo era fantasiado!

Perdi há tempos a Razão!
O que sobrepuja o peito,
Posso afirmar, direito,
Ser outra mera ilusão.

Bah! quanta chateação
Deste consternado sujeito
E atônito, em meu leito,
A falar coisas de emoção!

Chuvas & NoitesOnde histórias criam vida. Descubra agora