Décimo Sétimo;

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Jimin não ligava para o que os outros diziam, nunca importou-se com a opinião alheia, mas odiava quando pessoas de fora ficavam a encarar ele e Jungoo como se tivessem o direito de julgar os outros e o relacionamento alheio. Parece que era deselegante andar de mãos dadas com seu namorado, seu coelhinho, porque o jeito que o amor era diverso e abrangia a todos era real demais e incomodava os conservadores. Mas ninguém olhava ou reclamava dos homens espacando ou gritando com mulheres nas ruas. Pelo visto, era legal falar sobre o amor de Deus nas igrejas, mas queriam censurar o amor de dois homens, o uso recreativo da palavta "amor" e de falar sobre ela era considerado belo, mas a verdadeira natureza e formas desse sentimento era considerado feia. Sorte que Jungkook não percebia esses olhares; não percebia, ou não se importava, não dava para saber.

- Hyung... - Jungkook apareceu no escritório do hyung com os olhos cheios de lágrimas.

O coração de Jimin bateu forte, jogou seu notebook e os papéis para longe para dar atenção e colo ao coelhinho, não sabia o motivo dele estar a chorar, mas odiava ver seu pequenino a sofrer, ele era puro e belo demais para derramar sequer uma lágrima, seus olhos eram muito cheios de doçura e alegria para encherem-se de lágrimas daquela maneira, preferia mil vezes mais o sorriso de coelho de Jungkook, ver o moreno chorando causava muita dor em Jimin, uma sensação de impotência e sentimento de que não foi capaz de proteger Jeon. Park queria evitar cada choro, e enxugar cada lágrima de seu coelhinho antes mesmo de descer, nunca deixaria que ele sofresse novamente. 

- O que houve, amor? - Jimin sentou-se no sofá, e o moreno sentou no colo do hyung.

Aquele era o lugar preferido para Jeon estar, o colo do hyung o trazia paz, conforto, o coelhinho sabia que Jimin o amava, o colo do milionário era o refúgio de Jungkook, o lugar onde ele mais amava estar, sabia que podia chorar ali, e receberia carinho e consolo, e que ali também poderia falar de coisas boas e engraçadas, pois o hyung riria junto, e triplicaria a felicidade do seu coelhinho. 

- Eu fui andar de skate, mas eu esqueci aquela proteção do joelho, e me ralei. - Jeon teve medo do hyung brigar com ele por esquecer da joalheira, mas Jimin estava mais preocupado em cuidar do machucado no joelho do coelhinho. Não era nada grave, mas Park cuidaria de cada arranhãozinho de Ggukie. 

Por sorte, tinha uma maleta de primeiros-socorros, comprara justamente para aquelas ocasiões, de Jeonnie acabar se ralando enquanto brincasse, limpou com remédio para machucados, e tapou o joelho ralado do coelhinho com um curativo fofinho para crianças. Beijou ali, e viu que o moreno sorria, Jimin respirou fundo, também sorrindo, seu coelhinho sorrindo era tão lindo, os dentinhos, o sorriso, as rugas nos cantos dos olhinhos, o olhar carregado de pureza e emoção, uma felicidade sincera, a qual Jimin agora experimentava, e era a melhor coisa do mundo.

- Obrigado, hyung. - Park sorriu, uh, Jeon tinha essa mania de despejar em Jimin mais amor do que o homem podia carregar, era lindo o jeito que Jungkook derramou sua confiança e energia em Jimin sem pedir nada em troca, e Park fez questão de retribuir. Jungkook pode não ter sido o primeiro amor de Jimin, mas foi o mais real, mais intenso, e que tornou todos os outros irrelevantes. 

A maioria das pessoas pensavam que Jungkook era só mais uma aberração, um ser que não deveria existir, e o fizeram acreditar nisso, mas Jimin o mostrou que ele era um lindo coelhinho, que não tinha o porquê de ter vergonha da orelhinhas longas e negras, nem dos dentinhos avantajados da frente. Numa metáfora, Jeongguk era como aquela cidadezinha pequena a qual todos passavam para ir àquelas grandes cidades, poucos o davam o real valor que ele possuía, mas Park sabia que, embora não houvesse luzes neon nem arranha-céus, mas havia uma natureza bela, um ar puro, Jungkook era doce e bom como uma geleia caseira, era o estalo agradável da lareira num acampamento inesquecícel na floresta, o coelhinho era o lar de Jimin, onde podia descansar, recarregar as baterias, era o mundinho de Park, era o homem que fazia Jimin ter certeza de que estava amando e sendo amado como nunca fora. Uma das coisas que o milionário mais gostava no coelhinho, além de ser quem era e do jeitinho puro e ingênuo, era o cheirinho bom e a beleza do moreno, ele tinha cheiro de terra molhada, de ervas, jardins, um pouco mais humano que a maioria das pessoas.
Jimin já chegara a pensar que encontrar um amor verdadeiro era encontrar uma pessoa perfeita, que saiu dos sonhos e encaixava perfeitamente todas as áreas de sua vida, mas entendera agora, após conhecer Jungkook, que amor verdadeiro era ter ao lado uma pessoa que conhece todas suas imperfeições e continuava o amando do mesmo jeito, sem interesse em dinheiro, ou em fisíco, com foco apenas no amor e na parceria. Custava-o ainda acreditar que Jungkook o amava de jeito tão intenso e especial. O moreno entrou na vida de Park tão delicadamente que quando deu por si, já estava totalmente encantada por tudo que vinha do coelhinho, do sorriso ao jeito do moreno se expressar e agir. Jimin hoje sabia a real definição do amor incondicional e por tudo isso agradecia imensamente ao moreno, seu suporte para todas as necessidades, sua presença completou em Jimin todos os espaços vazios e sem vida. O encantava a forma única de Jeon o amar e tinha sempre consigo em pensamento cada jeitinho seu de demonstrar a dedicação e carinho pelo milionário. Com Jungkook, Jimin aprendeu o estado mais lindo do amor, aquele sem precedentes, repleto de muito afeto e admiração. Esperava retribuir cada gesto recebido e todo o amor que um o era dado, tudo que o milionário mais queria era que Jeon soubesse que Jimin o amava incondicionalmente e pretendia passar o resto de sua vida ao lado do pequeno.

Vendido - Jikook;Onde histórias criam vida. Descubra agora