Segundo;

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Jimin chegou com Jungkook em casa, Jeon possuía poucos pertences e não levou muita coisa com ele. As mãos estavam juntas, a postura do moreno era encurvada, como quem sentia medo, e as orelhas de coelho ficavam em alerta a qualquer barulho desconhecido, fosse uma madeira estalando ou o ruído da tv na casa ao lado. Tudo era novo para o coelhinho.

- Me acompanhe. - Pediu o Park, indo para a cozinha da casa.

Jungkook achou estranho Jimin morar sozinho numa casa tão grande, ele parecia tão só. Não havia funcionários, tampouco uma esposa ou um filho.

- Você não tem esposa? - Jungkook perguntou a Jimin, timidamente e com medo de uma represália. 

- Não. - Park disse, seco. - Te adotei para me fazer companhia.

- Hm...

- Sente-se. - Ordenou Jimin, puxando uma cadeira da mesa de jantar. Jeon ficou parado por um tempo, processando a ordem. - Vamos, sente-se.

Jungkook sentou-se na cadeira, as mãos ainda contraidas, e o suor pela testa do moreno parecia não querer parar de escorrer pelos poros. Ele tinha medo de ser machucado, como foi por sua vida inteira. 
Jimin abriu uma gaveta no armário da cozinha, mexeu e remexeu objetos inúteis e pegou uma maleta branca, pequena e leve ao tato do milionário. Pôs-a sobre a mesa da cozinha e a abriu, Jungkook tentou ver o que havia dentro, inclinando o corpo para frente, mas o Park empurrou-o para que sentasse de volta na cadeira, com a postura reta.

- Me conte, como foi parar lá? - Jimin perguntou.

Jungkook ficou calado, olhando os próprios pés, titubeando para responder o dono. Jimin aproveitou-se da ingenuidade e descuido do moreno, molhou líquido antiséptico num algodão, e passou-o às orelhas do Jeon.
Ouviu resmugar de dor o menor, os machucados intocados foram aos poucos se abrindo e despejando sangue pelas orelhas branquinhas de coelho e o cabelo acastanhado do menor, mas era necessário cuidá-lo e de seus machucados.

- O que está fazendo? - Inocentemente, perguntou Jungkook.

- Limpando tuas feridas. - Disse o Park. - Você não precisa ter medo. Eu não mordo, nem machuco.

Jeon concordou, pela força do hábito. Não, ele ainda não depositou a confiança por completo em Jimin, afinal, se Park fora na antiga balada onde Jungkook vivia, ele não era uma boa pessoa, certo?

- Vamos, conte. - Pediu Park. - Como foi parar lá?

Um nó se formou na garganta do Jeon, ele pôde sentir a barriga se embrulhando por ter que relembrar toda aquela história de novo. Era algo que, se pudesse, gostaria de deixar no passado.

- Eu... Me mudei de Busan... - Falou o moreno. - Meus pais moravam comigo, um dia eu estava voltando para casa e-

- Te sequestraram. - Deduziu o Park, e Jungkook concordou.

- Foi. - Balbuciou o moreno, ainda fora da órbita. 

Embora comovido, Jimin passava longe de ser um homem sentimental quando o assunto do sofrimento envolvia outras pessoas. Pouco conhecia Jungkook, e pouco ainda se importava com o moreno.

- Tire a camisa. - Pediu.

Jeon o fez, removeu a camisa e o frio que lhe percorreu a espinha nem lhe era comparado às privações as quais passava nas mãos dos algozes.

- Quantos machucados. - Balbuciou o homem. - Vais ter que me deixar te limpar.

- Vai doer?

- Vai. - Não titubeou, nem escondeu que, sim, iria ser dolorido limpar e cuidar dos ferimentos que cobriam cada centímetro do corpo moreno.

Vendido - Jikook;Onde histórias criam vida. Descubra agora