Capítulo 13

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Estar bem é algo relativo.

Mas sem dúvidas, ter Brian do lado tornava as coisas mais leves.
O rapaz conseguia cumprir com louvor o que havia me dito. Ele cuidaria de mim, e estava cuidando, do jeito dele.

Fico surpreso quando entro na sala da casa de Joe e vejo que está cheia com os meus preocupados amigos. Nem sei dizer em que momento Brian e eu nos separamos, mas não pude falar nada pois fui rodeado de pessoas me abraçando.
Cumprimentei cada um deles, e até recusei educadamente a cerveja que Gwil me ofereceu.

- Deu as caras né, babaca? - Ben se aproxima e finge uma cara de zangado, o que parecia mais um gatinho raivoso e logo me abraça forte - O altão ali conseguiu o que ninguém conseguiu, devo pagar uma cerveja pra ele?

Sorrio e desvio o olhar do meu amigo para encontrar o de Brian que num canto mais afastado da sala junto a Freddie já me encarava, lhe ofereço um sorriso que é retribuído e meu peito se aquece.

- Tsc, ele é legal.

- Okay, isso é estranho, você tá até vermelho.

Reviro os olhos e sinto minhas bochechas queimarem ainda mais.

- Ele só se dispôs a me ajudar, só isso - dou de ombros.

- Calma loirinha, eu tava zoando, não é como se vocês fossem se casar.

Franzo o cenho e por um minuto minha imaginação fértil trabalha em uma pequena cerimônia íntima onde Brian e eu nos casaríamos.
Balanço a cabeça e trato de expulsar esse tipo de pensamento que me deixou um tanto confuso, e torno a prestar atenção em Ben que comentava comigo a respeito da banda e de como precisávamos ensaiar para tocar numa casa de shows na cidade em algumas semanas.

As horas passam rápido e quando percebo, só estamos eu, Gwil, Ben, Joe, Rami, Freddie e Brian espalhados pelos sofás e com almofadas no chão.

Pigarreio para chamar a atenção de todos que me encaram.

- Pessoal, eu gostaria de me desculpar pelo meu sumiço e... eu não queria deixar ninguém preocupado, só não consegui lidar bem com coisas que eu havia descoberto - procuro os olhos de Brian entre os tantos outros curiosos que me encaram, e ele apenas balança a cabeça como se me incentivasse e mostrasse que ele estava ali por mim. -, não acho que seja o momento adequado para que eu fale sobre o que descobri, acho que não estou pronto para falar sobre isso novamente em voz alta sem me despedaçar.

Suspiro fundo e passo a mão pela nuca nervosamente.

- Não precisa falar Rog, nós entendemos você - Rami toma a frente e os outros concordam -, seja lá o que for estamos aqui para te apoiar, família é isso.

- Tudo acontece no tempo certo, querido - Freddie diz em seguida - e independente de qualquer coisa, sei que pode contar com cada um que está nessa sala pois todos amam você.

Vejo Brian encarar o amigo com o cantinho dos olhos e apertar os lábios disfarçadamente, ignoro a vozinha no meu ouvido que diz que talvez o cacheado não se encaixasse na fala do outro.

- Obrigado mesmo, todos vocês são incríveis.

Olho com gratidão para cada um que sorriam para mim em resposta e logo as conversas retornam.
Bocejo e pisco os olhos algumas vezes enquanto escuto Joe contar pela vigésima vez a piada do Atum, Ben explode em uma gargalhada o que me faz rir fraco tendo a certeza que meu amigo havia exagerado em suas latinhas de cerveja.
Rami conversava animadamente com um Freddie que vestia uma bela camisa de cetim branco. Brian conversava com Gwil e se não fosse pelos cabelos eu até podia dizer que eram bem parecidos, a conversa arranca alguns sorrisos tímidos do cacheado que em alguns minutos me encara e se despede da sua companhia para vir até mim e se sentar no espaço vago ao meu lado no sofá de dois lugares.

FIRST | maylorOnde histórias criam vida. Descubra agora