Capítulo 5 - Brian May

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Ainda demorei bons minutos para me recuperar do choque.

Será que sempre me seria uma surpresa ver o loiro e descobrir algo novo sobre ele?

Sinto minha garganta seca e bebo grandes goles do meu suco. A voz do vocalista ecoa pelo ambiente acompanhado de gritos eufóricos, palmas e alguns "gostoso!" sendo entoados a plenos pulmões por algumas meninas.

Tento manter meu olhar fixo nos dois cubinhos de gelo que ficaram no fundo do meu copo, mas estou inquieto e John me lança um olhar tranquilizador.

Respiro fundo duas vezes seguidas.

Freddie pelo visto já havia se esquecido totalmente de mim ou de quem tocava a bateria e estava cantando bem alto enquanto os caras tocavam algo que eu não conseguia distinguir direito, até me sentia tonto, será que isso era castigo? Só podia ser!

Enquanto tamborilava os dedos sobre a mesa, não consigo impedir meus olhos de subirem até o palco quando a música acaba e Roger começa a falar soando pelas caixas amplificadas espalhadas pelo ambiente.

Sua voz rouca e ofegante me causa uma sensação que não gostei nem um pingo de sentir.

Ele está completamente suado mas nunca me pareceu tão bem, as meninas pareciam mais loucas ainda e pelo visto o gostoso que elas tanto gritavam era o loiro.

Mesmo com tanto barulho consigo saber que agora era hora das músicas autorais da banda e que eles nunca haviam tocado-as em público, no entanto não pareciam nervosos, mas sim ansiosos.

A guitarra novamente soa junto com a bateria, palmas acompanham o ritmo.

"I was told a million times
Of all the troubles in my way..."

O vocalista com uma mão segurava o microfone enquanto na outra havia um pequeno pandeiro que ele tocava enquanto se movimentava pelo palco.

Qual é a nova surpresa da noite senão Roger também saber cantar?

Vejo que há um microfone estrategicamente posicionado para que ele toque e cante ao mesmo tempo, estou impressionado mas não comento, não quero que Freddie encha o meu saco.

As músicas autorais que seguiram sendo tocadas por mais de 30 minutos possuem identidade própria e digo sem culpa que eu poderia escutar aquilo por horas a fio. Talvez eles não soubessem o tamanho do potencial que tinham, ou soubessem, mas lhes faltava oportunidade.

De qualquer maneira, eram bons demais para tocarem apenas em pubs, mas eu sabia que hora ou outra, a King estaria estourada por aí.

- Alô, tem alguém em casa? Terra chamando Brian! - Freddie me cutuca e parece impaciente. -, acorda pra vida darling, vamos conhecer os rapazes, preciso falar com Rami.

Ligo os pontos e chego a conclusão que o tal Rami é o vocalista web-amigo dele.

Suspiro mesmo querendo negar, sabia que Freddie não aceitaria um não como resposta, então trato apenas de vestir a minha melhor máscara para esconder qualquer tipo de insegurança que eu estivesse sentindo no momento e caminho junto aos dois rapazes em direção ao espaço atrás do palco destinado a banda.

Algumas garotas estavam ali também, se ofereciam abertamente para eles. Uma delas estava sentada no colo do loiro que me encarava com uma expressão indecifrável, talvez um pouco surpresa.

Desvio o olhar e vejo Freddie se aproximar junto com Rami e Deaky.

- ...E esse é o Brian, ele é assim calado mas é gente boa, ah e também toca guitarra muito bem, devo dizer. - ele desata falar o que me faz dar uma risada forçada e aperto a mão de Rami em comprimento.

FIRST | maylorOnde histórias criam vida. Descubra agora