Capítulo 18

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Acordei bem antes que o sol desse as caras no horizonte, mesmo tendo dormido pouco eu sentia a excitação começar a tomar o meu corpo pouco a pouco, mas não no sentido bom da palavra; eu não conseguia relaxar de jeito algum.

Depois que Freddie havia deixado minha casa alegando que infelizmente ele teria que trabalhar pois nasceu lindo e não rico, decidi começar a arquitetar todo o meu plano para ir atrás de Paul Prenter.

Meu amigo pareceu ter se convencido de que eu desisti de tal idéia absurda, e seria melhor que ele continuasse achando isso, assim eu não teria problemas com um Freddie me repreendendo e como consequência, um Brian preocupado.

Brian.

Eu tentava a todo custo evitar pensar o que ele diria caso soubesse o que eu estava tramando, provavelmente ficaria bravo, então era melhor que ninguém soubesse de nada que eu estava prestes a fazer, pelo menos por enquanto.

Por boa parte da madrugada passei a procurar rastros de Paul pela internet. Fiquei surpreso ao descobrir que a família Prenter se tornara influente em Brighton desde 2009.

Para a minha sorte, em uma pequena página de notícias local, vi a foto de todos eles reunidos em celebração de algo que eu desconhecia.
Paul Prenter exibia um sorriso presunçoso ao lado de um homem de idade que presumi ser seu pai pela grande semelhança de ambos.
Ao rolar a página para baixo, vislumbrei algo que me fez comemorar internamente.

"É realmente ótimo estar de volta depois de alguns anos longe. Você sabe, respirar novos ares é bom, mas nada melhor do que o conforto do lar. Além do mais, agora que irei assumir a empresa - Prenter assumiu uma pose arrogante e encarou a câmera que lhe filmara durante a entrevista que eu assistia pelo site - tive que voltar em definitivo para Brighton e..."

Sorrio.

O universo parecia estar conspirando ao meu favor, a parte mais difícil seria me aproximar dele para conseguir as respostas que eu queria.
Eu sentia que ele não as entregaria de tão bom grado, mas vou deixar pra pensar nisso quando chegar a hora de agir.

Seguindo o plano, eu dirigiria até Brighton para analisar tudo mais de perto mas ao mesmo tempo de longe, eu também não queria que Paul tivesse conhecimento de que eu o estava observando; iria partir ainda hoje pela manhã e voltaria pouco depois do horário de almoço. As quase duas horas de carro poderiam até ser encurtadas se eu acelerasse um pouco mais a velocidade em direção ao sul.

Eu também tinha que distrair meus amigos e nem poderia fazer as viagens até minha cidade natal em dias de ensaio, a não ser que os mesmos acontecessem a noite. Rami e Joe comentaram no aplicativo de mensagens que a partir da próxima semana começaríamos a pegar pesado nos ensaios. Com o ótimo pagamento do último show finalmente decidimos gravar um primeiro clipe, e tudo tinha que estar nos conformes para lança-lo no YouTube.

Me sentia em parte feliz pelas nossas conquistas estarem começando a surgir de maneira mais clara e grande, mas a outra parte de mim sentia o mais puro ódio me corroer gradativamente, me fazendo querer colocar em prática o mais rápido possível tudo que planejei.

[...]

Eu consegui chegar em Brighton depois de 1h30 na estrada. O trânsito estava calmo e logo me vi dirigindo pela avenida próxima a tão famosa praia de pedras.

Graças à internet, consegui rapidamente descobrir onde a tal empresa da família Prenter ficava. Se tratava de um imenso galpão rodeado de proteção.
Consegui observar de dentro do carro, que eu havia estacionado do outro lado da rua no endereço que peguei da internet, que alguns seguranças faziam ronda na frente do galpão, enquanto que para entrar lá, o acesso deveria ser liberado por mais um homem que ficava em uma espécie de guarita. Todos estavam devidamente armados até os dentes.

FIRST | maylorOnde histórias criam vida. Descubra agora