Brian estava, sem sombra de dúvidas, muito mais grudado em mim que o normal.
Não que eu estivesse reclamando, longe disso, adorava o fato do maior se prender em mim como um coala durante a noite ou ficasse ronronando como um gatinho contra o meu pescoço. Era fofo.
Observo através das frestas da cortina que cobria parcialmente a janela do quarto os pequenos flocos de neve caindo lá fora, o dia estava muito frio e me fazia querer passar o tempo todo debaixo do grosso edredom da cama, Brian ressona baixinho ao meu lado e eu reprimo a vontade absurda de beijar a ponta do seu nariz avermelhado.
- Ficar observando as pessoas enquanto elas dormem soa um pouco assustador pra mim. - Brian sussurra baixinho com a voz rouca de sono repentinamente, os olhos ainda fechados.
Sorrio e deslizo a ponta do meu dedo na sua bochecha esquerda.
- Só estava velando seu sono, mas parando pra analisar, soa um pouco maníaco sim.
- Estava brincando, doce.
- Sei que sim.
Brian se remexe sob os lençóis e sinto seus pés gelados se arrastarem contra os meus numa carícia.
- Então... eu tava pensando que a gente poderia sair, sei que tá frio, mas eu gosto da neve e fica tudo tão boni-...
- NÃO! - Brian praticamente grita me interrompendo e depois arregala os olhos se dando conta do que acabara de fazer -, quer dizer... tá tão bom aqui Rog, e eu t-tô até sentindo minha garganta doer, acho que tô ficando gripado cof cof.
Estreito os olhos sobre o cacheado. Brian nunca sabe mentir direito e esse é exatamente um desses momentos. Ele sempre gagueja e fica nervoso, e por ironia do destino ele está fazendo as duas coisas nesse momento.
- Tudo bem - digo e ele suspira aliviado? - então acho melhor você ficar na cama e eu cuido de você, yeah? Vou te preparar um chá bem quentinho.
Brian acena com a cabeça e se afunda um pouco mais debaixo do edredom enquanto eu levanto preguiçosamente da cama me direcionando ao banheiro com roupas limpas nas mãos para trocar pelo pijama que eu estou usando.
Faço toda minha higiene matinal e após uns minutos já estou revirando todos os meus armários da cozinha na procura dos malditos pacotinhos de chá que eu tenho certeza ter guardado por aqui em algum lugar.
O armário é alto e eu tenho que subir em uma das banquetas da cozinha até ter uma visão melhor, ainda assim não encontro os chás.- Merda.
Volto ao quarto e vejo Brian ressonando baixinho novamente enquanto aguardava meu retorno, o celular bem seguro em suas mãos denunciando que ele o usara a pouco tempo.
Fico com um pouco de pena de acordá-lo e logo desisto, então volto ao banheiro para buscar algum remédio na mesma caixinha de primeiros-socorros que meu namorado utilizou quando feri a mão depois de socar o espelho em uma crise. A época não era boa, mas lembrar de todo o cuidado que ele teve comigo faz meu coração aquecer de uma maneira especial.Separo dois comprimidos, um para gripe e outro para dor e febre, caso ele sinta, e deixo junto a um copo d'água em cima da mesinha de cabeceira. Quero mesmo poder cuidar do meu namorado da maneira que ele merece, assim como ele sempre cuida de mim. Pesco uma caneta e um papel dentro da pequena gaveta do móvel - a mesma que antes eu usava para guardar a maconha que costumava consumir - e rabisco rapidamente que eu fui ao mercadinho próximo para lhe comprar o chá e algo para comer também. Se eu for rápido, consigo voltar antes que ele acorde.
Pego um bom casaco para o frio, luvas e uma touca preta, as chaves do carro e a minha carteira, fecho a cortina da janela fazendo o quarto ficar mais escuro enquanto dou uma olhada em Brian que continua da mesma maneira sobre a cama, logo saio de casa em silêncio torcendo para as estradas estarem tranquilas mesmo com toda aquela neve.
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FIRST | maylor
Fanfictie[CONCLUÍDA] Depois de um trauma quando mais jovem, a vida de Roger Taylor nunca mais foi a mesma. Mas um incidente turbulento traz para sua vida não só um para-choque danificado, mas um pouco de luz no meio da sua escuridão, respostas para um pas...