Capítulo 18 - Resentments

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- Violet –

Passei a noite pensando em tudo que Snape e Bella me disseram... E nada fazia sentido. De acordo com Severus, Lillian era bondosa, gentil e doce, mas Bella afirmava que era fútil, egoísta e metida.

Em quem eu acredito? Apesar de tudo, Bella me criou! Mal conheço Snape... Como posso saber se ele estava falando a verdade? Ele disse que me procurou sempre, pediu desculpas e disse que não quer me fazer sofrer novamente, mas como poderia esperar algo assim dele? Em momento algum afirmou gostar ou ao menos simpatizar comigo...

Não conseguir se afastar é bem diferente de gostar... ou amar!

- Violet?

- Harry! O que faz aqui? Ainda é cedo. – surpreendi-me.

- Eu não consegui dormir... E acho que precisamos conversar.

- É... Acho que sim. – hesitei.

- O que aconteceu com você? – perguntou ele – Desde o começo.

Será que ninguém pode me dar um descanso?

Harry sentou-se a meu lado em uma das poltronas e esperou-me começar.

- Certo... Como você deve saber, Lillian e Thiago se conheceram na escola...

- Sim, ele a pediu em casamento depois da formatura.

- Bem depois...

- O que quer dizer?

- Eles se aproximaram mesmo por volta do 4º ano, viviam brigando e discutindo pelos corredores, mas no final sempre se entendiam. Conforme foram passando os anos, eles ficaram cada vez mais unidos... e discutiam mais. – comecei - Na formatura dela tiveram uma briga muito séria e romperam o namoro, e é aí que minha história começa. Naquela noite ela ficou muito triste e se consolou com o meu pai, um antigo amigo. Eles acabaram ficando bêbados e... aconteceu. – admiti um tanto sem graça.

- Então seu pai era um amigo da mamãe?

- Desde a infância.

Se Snape falou a verdade.

- Na manhã seguinte Lillian percebeu o erro que tinha cometido, afastou-se permanentemente dele... – disse eu, ainda magoada - ...e voltou para o Thiago. Quando descobriu que estava grávida ficou com medo e desapareceu completamente até meu nascimento, quando fui para um orfanato.

- Ela te abandonou? – perguntou desolado.

- Até meus cinco anos vivi naquele orfanato, mas então apareceu uma mulher se dizendo minha tia legítima e conseguiu minha guarda. Depois disso desapareceu comigo pelo mundo e apagou qualquer rastro meu... Foi realmente como se eu nunca tivesse existido.

Lágrimas começavam a correr pelo meu rosto, assim como no de Harry, que aparentava estar tão abalado quanto eu.

- Minha mãe adotiva me internou num colégio escocês e manteve-me lá até ano passado. Só a via uma ou duas vezes por mês, mas quando completei 11 anos ela me disse que eu era uma bruxa e começou a me ensinar tudo sobre magia e feitiçaria. Ela dizia que eu era muito inteligente e que estava bem avançada para minha idade. – sorri com a lembrança – E no meu aniversário de 14 anos Dumbledore apareceu.

- Ele te encontrou? Como? – perguntou surpreso.

- Não sei. Ele apareceu no Colégio Interno e disse tudo que eu já sabia, pediu desculpas por não ter enviado cartas antes e que eu tinha uma vaga em Hogwarts. Minha mãe só voltaria no mês seguinte, então decidi não esperar. Dumbledore levou-me até o Beco Diagonal e compramos tudo que eu precisaria. O resto você já sabe...

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