Capítulo 8 - Half-Truths

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- Violet – 9 de dezembro de 1993 – Segunda -

Querida Violet,

Desculpe-me não fazer contato antes. Como sabe, trabalho muito e vivo viajando, portanto, suas cartas nunca iriam me encontrar. Hoje é o primeiro dia das férias não é? Volte para o colégio, precisamos conversar. Acho que está na hora de te contar sobre sua mãe biológica.

Bella.


Meu coração parou e meus olhos não acreditavam no que viam. Finalmente saberei sobre meu passado!

- Finalmente! – exclamei feliz.

- Tá tudo bem? – dessa vez era Alessa quem perguntava.

- Minha mãe adotiva, ela quer conversar comigo, preciso voltar para o colégio.

- Mas você não ia ficar na escola pro natal? – disse Sophie.

- Sim, mas meus planos mudaram. Ela... Ela disse que vai contar sobre a minha mãe biológica. – falei animada.

- Isso é ótimo! Quem sabe você não acaba encontrando algum parente vivo? – alegrou-se Alessa.

- Sim! Estou tão feliz! – alterei-me, chamando a atenção das poucas pessoas que ainda estavam no salão. – Preciso arrumar minhas coisas, vocês vêm comigo?

- Claro! – concordou Sophie puxando as outras consigo.

Fomos até o dormitório praticamente correndo, arrumei todas as minhas coisas e conversei com Hagrid sobre o próximo trem. Despedi-me das meninas e da Minerva, que me fez prometer escrever durante as férias. Logo que embarquei, adormeci.

O dia que tanto esperei chegou!

Horas depois desembarquei na estação King Cross, peguei um táxi e dei o endereço do colégio. A cada segundo meu nervosismo aumentava. E quanto cheguei...

- Violet Prince, que prazer vê-la novamente. – exclamou uma mulher parada no portão.

- Sra. Thomas. – retribui.

- Entre logo, não tenho dia todo pra ficar aqui fora te esperando. – falou carrancuda.

Ela nunca muda.

Dirigi-me através dos velhos portões em direção à antiga mansão que servia de colégio interno. Lembrei-me das árvores que foram meu refúgio, dos dias em que eu fugia da casa para ficar no jardim, da governanta correndo atrás de mim...

- Você ficará no sótão. – informou-me ela, subindo as escadas.

- O que? Mas eu pensei que...

- Muita coisa mudou desde que você sumiu queridinha, várias meninas ingressaram no colégio, inclusive não há vagas disponíveis.

- Se não há vagas disponíveis, por que aceitou que eu voltasse?

- Sua mãe sabe ser bem persuasiva. Mas não se preocupe, ela já está procurando outro colégio. - garantiu-me a diretora, com um sorriso cínico no rosto. – Agora entre, amanhã irá frequentar as aulas. – falou, abrindo-me uma porta no final da velha escada. – Não reclame, é o preço por ser o que é.

- E o que eu sou? – alterei a voz, porém, antes que ela pudesse me responder, fechou a porta e trancou-a por fora.

- Boa noite querida! Bem vinda de volta! – gritou, trancando a porta e descendo as escadas.

Droga! Só não explodo essa porta porque não é permitido fazer magia fora da escola...

Não restando alternativa, retirei apenas o necessário da mala e acomodei-me.

The OrphanOnde histórias criam vida. Descubra agora