Conversa Amistosa

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Clara se aproximou dela, ficando frente a frente e encarando seus olhos firmemente, era mais baixa então precisava erguer a cabeça, exibiu um sorriso malicioso e empurrou a Doutora na cama.

— Nem eu? — Perguntou colocando o joelho na borda.

A Doutora estava caída no móvel, os braços ainda estavam em seu colo, as pernas estavam abertas e o rabinho colorido estava em cima delas, semelhante a um gatinho e a toca havia coberto seus olhos, Clara riu maravilhada.

— Eu posso, Doc?! — Segurou e puxou a cauda do pijama.

A Doutora puxou um pouco a toca para trás destampando os olhos e arfou pega de surpresa, instintivamente percebeu que reagira automaticamente a presença da humana, compreendeu que seu corpo iria sempre responder aos estímulos ou presença da professora, pois fora com ela que tivera qualquer envolvimento carnal ou sentimental, seria como se estivessem sempre conectadas, como já estiveram, estavam e estariam, balançou a cabeça em resposta da pergunta; Clara inclinou o ouvido insinuando que queria que ela falasse audivelmente que lhe dava a permissão para pegar em seu rabo, em seu corpo, em seu coração e em sua alma se conseguisse atingir e tivesse tanto sentimento para a transbordar e encherem-se por iguais.

— V-você pode, Clara! — Respondeu sorrindo alegre.

Clara segurou seu rosto por dentro da toca, o tecido era fofo e quente, beijou os lábios frios, que mesmo tendo ficado praticamente grudada a eles a noite inteira ontem, ainda lhe pareciam convidativos e um mistério para ser provado continuamente, o cheiro do banho exalava do pescoço e dos cabelos, desviou seu foco para a pele cheirando-a e mordiscou, desceu sua mão por dentro da toca e os botões de pressão impediram de continuar, então acariciou o tecido por fora pelas laterais do corpo e percebeu que tinha um zíper na bunda, onde começava a cauda, enfiou sua perna mais pra dentro do tecido pressionando entre as pernas da Doutora; sentia no beijo da terráquea uma certa urgência e apetite, certo clamor nos toques e na exploração, onde o nariz lhe tocara e os dentes rasparam queimava como se tivesse chamas, segurou as costas dela, o tecido do pijama que ela usava era fino e sentia a pele toda por seu tato, escorregou os dedos pela pele exposta da blusinha que subira e acariciou a região, sentiu um aquecimento por seu ventre e corou as bochechas devido a sensação de calor que passou por seu corpo e intensificado pela roupa quente e acabou pesando os dedos no quadril.

Clara se esforçou para sair de cima da Doutora, a verdade é que já estava com o short molhado de tesão, mas não queria assustar a alienígena com mais uma transa, se tudo era novidade para a outra o melhor era não insistir, sorriu para ela e puxou a toca cobrindo lhe a cara e saiu rindo; foi pega desprevenida com a toca lhe cobrindo e a colega saindo de cima de si, não entendeu a razão porém sabia que seus corações estavam acelerados, arrumou a toca para enxergar, viu Clara pelas costas abrir os pacotes de comida e retirar as bandejas, separando os talheres e os sucos.

Doutora subiu na cama fechando as pernas em índio e sorrindo atoa, desde quando transaram havia percebido esses comportamentos em si, como também alguns outros, se sentia mais leve e capaz de qualquer coisa, seu raciocínio estava funcionando muito melhor, como se tivesse sido lubrificado, ajudou-a a ter ideias brilhantes para construir coisas e até mesmo realizar melhorias na TARDIS, adorava construir coisas e queria ter alguém com quem expor suas ideias, quem sabe Nicolas Tesla, pegou a bandeja morna que Clara lhe entregara. Estava mexendo sua comida e organizando a salada, a carne e os acompanhantes, pegou uma das garrafas de suco natural de laranja e colocou no criado mudo do seu lado, depois de ter bebido ele gelado para ajudar a conter o fogo dentro de si que havia endurecido seus mamilos, estivera a alguns anos sem ter alguma relação íntima ou carnal, estivera a mercê de si própria, lembrava que em algum momento tivera um namorado lindo, charmoso e falador, depois mais tarde um velho, nem sabia que tinha preferência por mais velhos, carrancudo e ranzinza, mas que se sentia tão bem e protegida com ele, porém isso fora a muito tempo, parecia distante e as vezes, tampouco parecia real, como se tivesse sido apenas um sonho e talvez houvesse sido mesmo, após isso não conseguira mais ter outro envolvimento e isso deve ter perdurado por dois anos até ter encontrado a Doutora e interrompido abruptamente esse ciclo, pois ela já chegou lhe atiçando com o jeitinho pirado de falar sozinha e fazer caretas, não aguentou e apertou o rosto em ataque de fofuras pela loira que não entendeu o aperto de repente mas sorriu.

Clara estava encostada na cabeceira, debaixo das cobertas enquanto a Doutora havia sentado sobre a cama de pernas cruzadas, ela espetava e cheirava com uma careta, depois estendia a língua para lamber e daí comia, Clara lhe estendeu uma garfada de comida tudo junto e lhe enfiou na boca, ela ficara surpresa com a explosão de sabores, mas pareceu aprova-los pois sorriu agradada e comeu por conta própria sem fazer vistas grossas; depois de comerem, deitaram juntas e ficaram conversando, trocando assuntos banais e carícias, como qualquer casal de namorados.

Clara se encontrava transbordando de curiosidade para conhecer melhor a alienígena, estava apoiada no cotovelo e com o torso um pouco erguido enquanto a olhava docemente.

— Doc! — Chamou-a que mirou as vistas verdes em si. — Me fale sobre você.

Se arrumou na cama, deitando mais o corpo e de modo que Clara olhava por cima de si.

— Eu nasci no planeta Gallifrey na constelação de Kasterborous. Sou uma Senhora do Tempo e posso regenerar o meu corpo. — Apontou para a parede. — A TARDIS eu roubei ela e fugi, desde então eu vivo viajando e ajudando quem precisa de ajuda pelo universo.

Continuou curiosa e várias perguntas surgiam em sua mente, como textos entregados a um apresentador.

— Como é o seu planeta, Doc?! — Sorriu largamente.

— Gallifrey é incrível! É um planeta rochoso, é maior que a Terra e possui dois sóis, nossas vegetações, diferente das verdes predominantes na Terra, são vermelhas e dão a impressão de estarem em chamas e as florestas são prateadas. — Fala com uma expressão nostálgica. — Não temos uma grande proporção de água à nossa mercê, banhando nossas terras, talvez por isso cuidamos melhor do nosso planeta.

— Você fala dele, com tamanha adoração mas ao mesmo tempo, parece não querer demonstrar ou parece querer fugir dele! — Clara era observadora e isso não lhe passou despercebida.

Abaixou os olhos.

— Não tenho uma história muito boa com o meu planeta ou a minha espécie... — Se ergueu, sentando na cama.

Doutora tinha assuntos pessoais e mistérios envolvendo sua pessoa e não poderia contar, talvez um dia pudesse contar para Clara, mas agora não; Clara sentia que a Doutora passava por um conflito interno em lhe revelar a respeito de sua história e no que a envolvia, não insistiu e também, não lhe representava verdade desconhecida.

— Doc, não importa pelo que você já passou, mas o que você se tornou, eu garanto que o foi o que aconteceu, teve a razão e você fez o que pode e para o bem! — Se aproximou mais dela na cama e bocejou.

— Eu ainda estou com sono, cansada e exausta, mas que bom que peguei férias nessas duas semanas. — Se cobriu com a coberta.

— Descanse Clara, voçes humanos são tão fraquinhos! — Provocou, levou um tapa e riu.

Enviada ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora