Enviada para Amar

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Em uma tarde ensolarada de fim de semana, o Central Park em Nova Iorque estava repleto de pessoas transitando pelo local arejado, o vento soprava por entre as árvores, animais latiam, miavam ou piavam no meio das pessoas, nas ruas dos outros lados o som de buzina era constante no congestionamento e aglomerações de automóveis, porém do lado de cá do parque possuía somente felicidades e alegrias, risos e conversas, casais em beijos íntimos ou declarações, fotos sendo tiradas registrando momentos que não voltariam jamais e também muitas crianças brincando; outras pessoas corriam se exercitando, casais patinavam juntos de mãos dadas, alguns garotos andavam de bicicletas e outro grupo andava de skate pelo local, as folhas eram sopradas refrescantes e as flores conduzidas pela brisa como em uma valsa, todo aquele local tinha uma espécie de magia e de encanto, que tragava os sentimentos negativos das pessoas e liberava toxinas da felicidade.

O cheiro das árvores chegava aos narizes das pessoas deitadas nas gramas e nas sombras das copas frondosas, as toalhas de piqueniques dispostas nos gramados verdejantes e acomodando casais, amigos ou famílias em momentos de intimidade e descontração, um bom descanso para uma semana cheia de trabalhos dos nova iorquinos, porém certamente não era apenas os residentes da Cidade que Nunca Dormia que estavam aproveitando, muitos moradores de outras cidades e de outros países, como uma inglesa e uma gallifreyana que dividiam uma toalha vermelha quadriculada abaixo de uma árvore frondosa; Clara estava deitada de costas e sorria para as nuvens apontando-as e dando alguma forma para elas.

— Olha lá Doc, parece dois gatinhos! — Esticou o dedo e os olhos castanhos sorriram com a constatação.

A Doutora estava deitada de lado, apoiando o rosto no braço que havia ficado vermelho e logo iria ficar adormecido pela posição e encarava a humana com um sorriso fácil nos lábios, percebera que desde que se encontrou com Clara começara a se sentir mais leve e com uma confiança e esperança maior nas pessoas e alienígenas, passara a compreendê-los melhor quando recebia algum pedido de ajuda no espaço, Yasmin insistia em lhe sussurrar sempre que acabava sorrindo bobamente, que a paixão laçava até mesmo os alienígenas.

— E parecem estar brincando! — Completou observando a mesma nuvem, sorrindo após quando os olhares se cruzaram.

A morena se virou no pano e colocou a mão no rosto claro, encarando profundamente as vistas verdes resplandecentes, deslizou os dedos pelo maxilar e acariciou-lhe o queixo, para então emendar os lábios rosados em um beijo tenro, seu braço livre acariciou-lhe o quadril sobre o tecido leve da roupa que usava, os dedos afagaram a pele macia com a mesma delicadeza que a uma flor e esfregou os narizes após o beijo, rindo.

— Ah Doutora, eu sempre desejei vir para o Central Park! — Sentou-se para expiar o ao redor e o afluxo. — Eu acho muito lindo esse oásis dentro do emaranhado de cidades, uma porção de natureza e alívio para as vidas sobrecarregadas, que veem aqui como uma válvula de escape.

Aspirou o cheiro de árvores, flores, lagos, comidas e animais, todo aroma que estivesse no ar contribuia para que a absorção do parque fosse mais fascinante e inesquecível, se agradou pela humana ter gostado do passeio, afinal ela também merecia um e fizera isso para que ela também tivesse a oportunidade de conhecer algum lugar.

— Esse foi o seu passeio de final de ano letivo! — Deu risada depositando a cabeça no ombro alheio.

A roupa da Doutora estaria cheia de gramíneas senão fosse o pano que elas trouxeram para se sentar, estava sentada com uma perna cruzada e outra esticada de maneira que Clara havia sentado na perna encolhida e trazido para mais próximo a pequena bolsa de formato de cestinha que trouxera, nela tinha vários morangos frescos e um potinho com açúcar, Clara lhe colocou um na boca.

— Que azedo! — Doutora murmurou fazendo caretas e ela riu alto. Havia lhe dado um morango sem açúcar e sabia que ela não gostava de coisas azedas ou amargas.

Enviada ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora