Amar é Liberdade

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AVISO DE GATILHOS: HOMOFOBIA.

Na noite iluminada e animada devido ao clima natalino do mês de Dezembro, a Doutora estava aguardando a convidada, colocava as mãos no bolso como de costume; observava o fluxo de casais que se aproximavam e entravam no restaurante Hauze de cozinha europeia, estava uma noite fria, agradável e romântica, com canções natalinas, pisca-piscas e viscos conforme a decoração.

Sem aguardar muito, um barulho de salto altos lhe atraíram e prendeu a respiração, abrindo a boca exageradamente, Yasmin que estava na TARDIS de tocaia, camuflada perfeitamente como uma cabine tradicional de decoração, também ficou sobressaltada; Clara caminhava como uma diva, mais parecendo aquelas rainhas de séries de época da televisão, tamanha graciosidade e simpatia, seus cabelos abaixo dos ombros estavam lisos e cortados em uma franja repartida lhe dando um ar inocente, tinha um batom vermelho junto de um sorriso amável, trajava um vestido preto detalhado exibindo um decote glorioso em v com as laterais cavadas e saltos pretos com pormenores dourados.

Segurando a bolsa clutch, foi até a loira, alegre.

— Está muito linda, Doutora! — Elogiou-a docemente.

Ela tinha os cabelos loiros na altura do pescoço retocados a raiz negra e o loiro mais intenso, o que demonstrava uma ida ao salão, vestia uma jaqueta de couro, uma camiseta preta, uma calça jeans também preta e uma bota de couro, lhe deixando com uma aparência dominante.

Sorriu bobamente para ela.

As duas permaneceram um tempo ainda lá fora, criando coragem de entrar no estabelecimento para curtirem o encontro; Yasmin oculta pelas decorações natalinas, saiu para fora da porta, visando ajudar a amiga com a situação desconhecida para ela.

— Escute! — Sussurrou para a loira, que percebeu e conseguiu disfarçar olhando para o lado. — Diga a ela que tem olhos lindos!

— Essa é ótima! Boa ideia! — Concordou energicamente.

Se virou para Clara encarando-a fixamente.

— Eu tenho olhos lindos. — Exclamou piscando.

— É, isso aí. Claro! — A morena falou decepcionada, pois imaginou que fosse para ela. — São bonitos.

— Não, os olhos dela! — Yasmin falou mais alto, balançando a cabeça pelo atrapalho da Doutora. — Os dela!

— Os seus, os seus olhos são lindos. Não os meus. Os meus são legais, mas os seus... — Balançou a cabeça encantada. — ... aposto que pode ver através deles.

Yasmin bateu as mãos no rosto desapontada pela inexperiência da alienígena e rindo ao fechar a porta; Clara abriu os olhos e depois murchou com o xaveco dado errado.

— Vamos Doutora! — Com a cabeça chamou ela para adentrarem ao restaurante.

O restaurante Hauze possuía uma decoração moderna e chique, era feita com mobília escura, as paredes com revestimento de pedra realçava o tom requintado; ao lado esquerdo havia um bar com diversos tipos de coquetéis e ao lado direito um espaço destinado ao descanso com um sofá. O restaurante era especializado em cozinha europeia, os pratos ali dispostos eram exuberantes e carregavam um aroma saboroso junto com o cheiro aromático do local, as pessoas trajavam-se elegantemente e tinham sorrisos nos lábios ao conversarem umas com as outras e taças de vinhos eram erguidas e depositadas, ecoando também o tilintar de talheres.

As duas mulheres entraram atraindo olhares, fosse pela beleza ou fosse por estarem de mãos dadas, escolheram uma mesa e sentaram-se de frente uma para outra, estranharam a falta de presença do garçom, já que havia vários servindo as mesas próximas, porém aproveitaram para conversarem, rirem e flertarem, não que a Doutora soubesse fazer isso e não ficasse nervosa, não falando coisa com coisa; o ambiente estava cheio e com bastante burburinho de conversas, talheres e taças, casais se beijavam, se abraçavam e o sentimento de alegria invadia as pessoas ali presentes, devido o clima natalino e a sensação contagiosa.

Enviada ao ParaísoOnde histórias criam vida. Descubra agora