— Hey Doc, o que foi?! — Clara perguntou indo até a Doutora que estava debruçada sobre a mesa e encarava o grupinho com a mão apoiada no rosto.
— Doc fica com ciúmes quando a TARDIS troca ela pelos passageiros! — Yasmin falou de trás de Clara dando risada.
— Não é verdade! — Tentou desmentir se virando para trás. — Só estou feliz pelas crianças. É. É isso!
Yasmin fez uma careta de que, "não caímos na sua mas não vamos discutir" e os três se afastaram para os cômodos, Doutora tentou pensar no que eles poderiam ter ido fazer.
Clara lhe deu um beijo na boca, pois os alunos estavam distraídos e colocou os braços da amiga em sua cintura, sorriu com a grande diferença de tamanho das duas, os cabelos da Doutora batia em seu rosto, ficou observando os alunos e se sentia radiante por eles, sabia que sua vida sempre esteve conectada com crianças e elas eram incríveis, portanto jamais deixaria esse emprego e além do mais, gostava de ajuda-las; já havia ajudado muitas crianças e nunca precisou de nada em troca, mas agora o destino havia colocado alguém brilhante em seu caminho, talvez uma recompensa.
— E o que faremos agora? — Clara perguntou. — Vamos finalizar o passeio?!
— Ah sim, tudo bem. — Falou soltando a morena. — Reúna eles, que vou precisar fazer uma coisa.
Tirou sua chave de fenda sônica do bolso e projetou ela para ver se estava na função correta e a luzinha acendeu, a professora ergueu uma sobrancelha.
— O que você vai fazer, Doc?! — Achou meio estranho a reação da loira.
— Ah, eu vou tirar a memória deles para que eles fiquem seguros. — Explicou e andou em direção a eles, porém foi puxada bruscamente pelo casaco.
— O que?! — Estava com as sobrancelhas juntas em descrença e repreensão.
— Ah sim, você não sabe ainda. — Se voltou erguendo o casaco que havia escorregado de seu ombro com o puxão. — Eu apago as memórias das pessoas que transitam na TARDIS para segurança das mesmas, para que os meus inimigos não possa querer sequestra-los para me encontrar.
— E você faz isso com qual autoridade?! — Se aproximou dela. — Afinal, se a pessoa entra em sua nave e aceita o contato alienígena ele já está ciente de que corre perigo, voce não tem o direito de tirar as memórias deles sem autorização!
— Mas Clara é uma precaução que eu sempre tomei de segurança, a mim e aos meus passageiros! — Respondeu em defensiva.
— Mesmo assim, eles estão ciente do que representa isso e se se permitiram é por que queriam ter uma experiência sobrenatural, ou o que seja, para preservar isso. — Retrucou firmemente. — Qual você acha que seria a reação deles ao acordar e ver que tudo não se passou de um sonho, e daqueles sonhos que ainda nem se lembram o que aconteceu?!
A Doutora ia comentar mas foi interrompida.
— E além, qual seria sua reação se acordasse e não se lembrasse de nada do que aconteceu?! — Exigiu se apoiando no console da nave.
— Eu ah... — Não soube responder por que tinha a sensação de estar passando por deja-vu, em uma TARDIS simples com paredes brancas, sentia que já havia vivenciado algum momento assim mas não se lembrava quando, como, por que ou com quem, mas quem era que fosse tinha a mesma determinação de Clara.
— Então você não tem o direito de apagar as memórias dos meus alunos! — Deu dois socos leve na superfície da nave como se desse mais profundidade ao que falava. — Deixa eles serem felizes, olha como eles estão alegres, e principalmente, esquecendo dos problemas deles, problemas que nós ajudamos a resolver.
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Enviada ao Paraíso
Fiksi PenggemarDoutora procurava um apartamento para alugar, Clara alguém com quem dividir o cômodo. Ambas são unidas pelo destino, porém, o constante mistério que envolve a presença de cada uma, não é menos importante que os problemas que surgem no decorrer da c...