7. País da euforia

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P.O.V. HIGASHIKATA HYORI

Terraço do colégio, Tóquio antes da Borderland.

Niragi encarava o céu plenamente, respirava fundo e depois soltava, a visão que eu tinha dele era bonita. Pensativo, puto da vida, a expressão de confusão misturada com raiva. Ah, as coisas que eu acho atraente em um homem... Voltava a me encarar sério enquanto, um tentando entender a cabeça do outro. Inocente, acha que consegue me ler.

Seu rosto possuía um formato arredondado, mas seu maxilar ainda poderia cortar, a face limpa, sem maquiagem, enfeitada apenas com a acne rosácea e um piercing no nariz, aparentemente um dos motivos pelos quais ele era tão assediado aqui, seus olhos cerrando para que pudesse me ver melhor sem os óculos, iluminados apenas pelo céu profundamente azul. Esse homem não era feio nem aqui nem no inferno.

Puxo um cigarro de minha bolsa e entrego para ele. Porra, eu parecia uma traficante, não era exatamente mentira, mas andar com maços de cigarro e cartelas de, seja lá o que isso for, parecia desnecessário.

— Vai para casa, Higashikata. — Ele disse, guardando o cigarro. Era pra fumar agora! Que sem graça...

Eu não queria voltar para casa, queria ficar aqui, com ele. Parece menos cruel do que simplesmente voltar para aquela coisa que ousa se chamar de meu pai. Voltar apenas para dormir, talvez nem isso. Evitaria cansaço desnecessário de auto proteção. Uma tranca na porta não é o bastante, nunca foi.

— O que? Eu não quero ir pra casa... — Respondi, a melhor voz manhosa e feminina, funcionava com os velhos de shibuya quando queria comprar algo, então talvez funcionasse com ele. — Quero ficar com você... Cabular aula juntinhos... Acho que você precisa de atenção, todo malvado precisa de um abraço.

— Não preciso de um abraço. — Bom, eu precisava. Ele suspirou ao perceber minha nítida expressão de desapontamento, não posso culpá-lo, provavelmente estava acostumado a ser tocado apenas quando levava alguma surra. Niragi se aproximava, relutantemente me envolvendo em seus braços.

... Ele tinha cheiro de limpeza. De perto, eu quase poderia ver os hematomas em seu corpo, era absurdo. Ele não sabia bater? Não tinha uma faca? Poderia facilmente me livrar de seus inimigos se quisesse, por que ele não bate?

Alto, descansava sua cabeça na minha, ele devia ter o que? Um e oitenta de altura? O abraço era confortável, seu coração batia rápido e a respiração me acalmava. Ele era quase tão quebrado quanto eu, talvez por isso tenha me interessado. Niragi não sabia bater? Não sabia ficar com raiva? É só bater, por que ele não bate no Shimura? É só pegar a porra de uma faca de cozinha e sua vida tá feita. Sua aparência é inofensiva, talvez não tenha raiva também.

— Por que isso? — Niragi disse, ainda sem me soltar.

— Isso o que? — Respondi, confusa. Estava perdida em meus pensamentos.

— Quer ser minha namorada por acaso? Se gostou de mim assim de cara. Esse abraço durou muito para apenas ser apenas platônico

— Eu te conheci há um mês. Quero saber como você beija de verdade antes. — Ele estremeceu, era fofo. Não muito meu tipo, mas fofo.

— E como você fode. — Continuei, sorriso ladino e cheio de confiança, apenas observando o jeito que ele me encarava, como se eu fosse uma meretriz. Me empurrou para longe do abraço, cruzando os braços como forma de repressão. Ele sério era sexy, parecia que queria dar um tapa. ... Eu meio que queria um tapa dele.

Ele gostava de mim? Em um único mês? Fracassados são assim, os mais interessantes, os mais destruídos. Não vou mentir, eu gosto de um bonitinho com problemas de raiva e que parece que não dorme há três dias.

Yandere ヤンデレOnde histórias criam vida. Descubra agora