15. proteção

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P.O.V. HIGASHIKATA HYORI

Tóquio, antes da borderland.

Mesmo durante os fins de semana eu continuava acordando cedo. Merda de relógio biológico, não tenho nada pra fazer senão ficar jogada em algum lugar da cidade. Abro os olhos lentamente, limpando um pouco da sujeira no canto dos olhos enquanto esperava minha visão de ajustar com a claridade. Niragi dormia pacificamente ao meu lado, era como um anjo saído diretamente do fundo dos infernos. Estava despido, mas os cobertores não me deixavam ver mais do que sua clavícula e sua pele alva. Menino, você precisa tomar um sol, hein... Bom, eu também. Ele era delicado e magro, meu coração dizia que ele era precioso.

Toco seu rosto, sua pele era macia. Ele estava cuidando melhor de si mesmo, de sua aparência. Ele queria me impressionar? Estava funcionando. A cada dia ele fica mais bonito. Ainda podia ver uma ou duas espinhas aqui e ali, mas não estragavam sua beleza. O rosto amassado e os cabelos maravilhosamente bagunçados, era fofo.

Timidamente ele abria os olhos, sorria ao perceber que eu era a primeira coisa que ele veria assim que acordasse de verdade. Provavelmente ainda não estava em sua completa consciência, ainda meio sonolento, rolou pela cama parando em cima de mim, reclamei em um gemido, porra! Ele estava nu, bom, eu também.

— Bom dia... Higashikata Hyori. — Ele sussurrou. Parecia seu tom normal de toda manhã, rouco e cansado, falava de maneira arrastada e apaixonada. Voltou a fechar seus olhos, ainda deitado por cima de mim. Ele estava me amassando!

Era tão fofo... Dava dó de acordá-lo. Então simplesmente fiquei ali, uma das mãos tocando seus cabelos macios, fazendo cafuné. Esse quarto, era a primeira vez que eu levava um garoto pra cá. Suguru Niragi era a primeira pessoa a dormir comigo aqui. E, mais recentemente, uma das poucas que o fez sem pagar.

Eu realmente gosto dele?

Céus, se alguém se atrever a machucá-lo eu vou surtar.

Merda! Eu não posso ter alguém assim. Ele iria me decepcionar, não iria? Como todos os outros em quem eu já confiei.

Em algum momento eu também desejaria sua morte? Não gosto de pensar nisso. Ele está sendo tão... Carinhoso. Niragi tinha a personalidade de um gato teimoso. Morderia qualquer outra pessoa que tentasse acariciá-lo senão eu.

— Nós temos mesmo que levantar tão cedo? — Ele murmurou. Sim, era a personalidade de um gato... Parecia que todos os males haviam sumido naquele momento, o mundo era apenas ele e eu, sem mais interrupções.

— Você vai ficar em cima de mim o dia todo por acaso? — Respondi, mas também não tinha coragem de empurrá-lo se sua resposta fosse um sim.

— Estava pretendendo deixar você em cima de mim também. — Quanta petulância! Bom, ele era um grande gostoso, então a resposta era sim.

— Temos coisa pra fazer... E não quero que meu pai veja um garoto nu em cima de mim no meu quarto. A não ser que você queira que ele vá pra prisão mais uma vez. — Reclamei, agora finalmente invertendo as posições. Eu por cima dele, para que pudesse me esticar para pegar a parte de cima do meu pijama que havia passado a noite no chão.

— Por que você estava tão mal ontem, Hyori? — Ele perguntou, sinceramente, eu não queria me lembrar. Continuo a recolher as roupas, devo sair de casa o mais rápido o possível.

— Meu pai vai morrer, Niragi. Em alguns dias, meses, não sei. — Ri fraco. Merda, eu não deveria mostrar isso, odeio mostrar que sou fraca, eu deveria ter um plano. — Estar na prisão era uma das coisas que o mantinha seguro, digamos assim. Você não precisa se preocupar. Vou voltar a morar com... Não. Eu vou alugar um quarto. Agiota é foda...

Yandere ヤンデレOnde histórias criam vida. Descubra agora